VIDA CRUEL

Costumo dizer com certa frequência que a vida sabe ser cruel, ou eu não sei vivê-la do jeito que se apresenta no decorrer dos anos, onde tudo vai mudando.
Claro que quando somos jovens, ainda que tenhamos uma vida muito regulada por pai rigoriso, arranjamos um jeito de dar nossos pulos e fazermos muita coisa que nos agrada e que faz parte da idade, como ir ao cinema, a praia, a bailes e até conversar com os amigos na porta de casa. (Claro na minha porta não ia ninguém) ficávamos mais na porta da vila onde morava uma amiga cujos pais entendiam que ela era jovem e precisava se dar com pessoas da mesma idade. Ouvía muitos conselhos e avisos e os escutava e cumpria. Éramos sadios, felizes, não havia maldade em nosso grupo.

O tempo passa, começamos a trabalhar, metemos na cabeça que para ter filhos só casando....e casamos. Por uns tempos a vida vai bem, vamos levando, pois temos o filho querido para cuidar, educar diferente do modo que fomos educados. Sou feliz com meu filho, acho que nisso não errei .

Mais tempo passa e começa a surgir a saudade terrivel dos momentos que tivemos sadios, felizes e tão alegres.
Para onde foi toda aquela alegria? Em que momento da vida sentimos que estamos sós, e nossa companheira é a solidão e a saudade?
Onde e como estarão aquelas pessoas tão queridas de nosso grupo, estarão elas realizadas, serao felizes?

O primeiro namorado. Costumam dizer que nunca esquecemos o primeiro namorado, o primeiro beijo e ´carícias cheias de "não me toques". Dele eu sei, casou , teve filhos. Uma vez o destino nos uniu numa rua tumultuada da cidade, confersamos, lembramos de nosso amor intenso, dissemos que ainda nos amávamos, mas ficou só nisso. Tempo depois soube que havia falecido. As pessoas que amamos muito não deveriam morrer antes de nós.

Hoje, tenho como companheira minha cadelinha maltês, a DOTTY, poi s  perdi minhas 3 cockers, uma em 2005, outra em 2006 e a Naja em 2007 todas com câncer. Minha alegria é ir ao cinema ver meus filmes de meus atores preferidos e diretore que também tenho os que sei que vou gostar dos filmes. Vou pouco a praia pois embora more perto, não dá para ir sozinha, mas cinema vou só, não necessito de companhia.
Chegamos a uma idade em que ao olharmos para os lados não vemos ninguém.
Por isso acho a vida cruel.  

A foto é da minha primeira cockcer a falecer com carcinoma, minha VICKY.
naja
Enviado por naja em 13/10/2010
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2554240