A "BURRICE" E A VAIDADE.

Vaidade é adjetivo pesado, pois só a "burrice" pode vestir a vaidade definindo-a com todas as letras e clareza absoluta. Não há possibilidade de contradição.Mas ninguém é burro por querer, é fator de nascimento com essa forte ausência de visão dos valores mais nobres; relevemos e aceitemos, é nossa obrigação na desigualação dos iguais. Somos iguais como pessoas e desiguais em genética

Pessoas inteligentes além de não serem vaidosas, por inteligência, disso desnecessitam por não incorporarem graves limitações, vulgar e popularmente conhecida como burrice e por isso uso o vocábulo, sinônimo de insciente, ignaro, insuficiente entre outros.

Nunca se ouvirá de uma pessoa inteligente se dizer vaidosa, seria a autenticação da insuficiência, atestado real do próprio punho de suas fortes balizas de compreensão do estado do homem no mundo, seus sentimentos, atuações, projeções e sensibilidades. Um sentimento reles, rasteiro, pejorativo em causa própria, e que desnuda a real dimensão de quem o manifesta.

Se envaidecer de ter prestado um grande serviço à humanidade, como fizeram os inspiradores do maior bem do homem, entregando suas vidas em prol da liberdade, só para citar alguns, Mandela, Luther King, Gandhi, Rousseau, seria aceitável. Nunca, porém, o fizeram. Sabiam a exata medida de suas missões, e para isso vieram ao mundo, com suas superiores inteligências, e se nem tempo tinham para refletir sobre esse sentimento inferior, por serem inteligentes maximamente, muito menos para se dizerem vaidosos ou simplesmente terem vaidade por serem o que foram ou fazerem mudanças fundamentais como fizeram.

Desafio a quem conhece a obra desses vultos, encontrar uma só frase desses monumentos do pensamento humano onde se dissessem vaidosos do que faziam ou considerarem esse caciquismo dos anões da inteligência.

Só o insuficiente é vaidoso confesso, o popular "burro". E como os há....É fácil ver na mídia pretensos “seres” superiores deixando confessas suas vaidades. Insuficientes....totais.

Grandes ou medianos cérebros, muitos desses desconhecidos e que transitam entre nós, não pensam no que produzem em quaisquer termos para si, mas para a ordem geral que comanda os destinos da humanidade. Não têm tempo em suas consciências para entregarem seus egos a tais pobrezas de espírito, não estão disponíveis para inferioridades, antes preenchem o tempo com suas inteligências em favorecimento da humanidade.

Michelangelo ao terminar seu Moisés que encanta na Igreja de San Pietro In Vinculi, em Roma, quis que ele se levantasse e andasse. Bateu com o cinzel em seu joelho. Era vaidade? Não, via a escultura tão viva que pretendeu sua humanização. Um gesto de sadia loucura comum aos gênios, não sabia o que era vaidade, já consagrado unanimemente.

A "burrice" do vaidoso não é só cômica, mostra o final da digestão que fazem de si mesmo e envolve a propagação de seus "méritos".

Não é difícil tecerem loas para seus produtos por vezes não admitidos na publicidade em geral, profissional, artística e da comunicabilidade em gênero. São corajosos, fazem de suas limitações condecorações irreconhecidas, são apanágios de si mesmos, platéia e artista, tela e pintor, aplauso solitário de vaidades confessadas.

Tudo isso é diferente da vaidade futil dos e das que se acham belos e belas e por vezes disso vivem; imagem.É fato formal e visível. Falamos de valores interiores que só existem se vaidade inexistir.

Como se diz em gíria, passam uma existência e a “ficha não cai”, nem alertados.....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 14/10/2010
Reeditado em 20/10/2010
Código do texto: T2556159
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