70 DIAS DE ESPERANÇA - 8 longos parágrafos

Se o leitor soubesse o quanto é terrível ficar numa escuridão, imaginando-se dentro da terra, num lugar em que a esperança se perde, iria saber o grau de angustia que tomou a alma dos mineradores do Chile!

Os fatos culminaram com a vitória da esperança, que embora relativamente perdida, todavia como um sol, que aos poucos vai surgindo no horizonte, a medida que cada um ia sendo retirado, mais claridade se fazia acontecer.

Acompanhando a reportagem, minhas lembranças voltaram lá pelas calendas de 1954, quando por uma reles curiosidade, um menino, cujo apelido era Quim, e eu, nos perdemos pelos labirintos de uma caverna, a qual a princípio pensamos que fosse uma simples gruta rasa.

Ao iniciarmos nossa entrada nos pareceu haver um hipnotismo que nos fazia adentrar mais profundamente. Para tanto contávamos com um pouco de luz, haja vista, ser de dia. Entretanto, quando nos demos por fé estávamos perdidos por complexos labirintos, que creio, até hoje não foram explorados.

Não vou aqui me aprofundar nos assuntos daquela aventura, em razão de ter publicado em E-livros, aqui no RL, aquela passagem, “A CAVERNA DOS MISTÉRIOS” que marcou-nos à mente pelo resto de nossas vidas, já que passamos uma noite nos domínios da escuridão e do medo!

O motivo de aviar esta crônica é no sentido de nos regozijarmos pelo desfecho dos acontecimentos. Afinal as ações do desespero também causam mazelas a quem as vivem. No entanto pelo que percebemos a luz dos fatos, não obstante se sentirem no profundo de uma mina escura sem a certeza de serem resgatados, eles não perderam o otimismo.

A nós, os poetas particularmente, em razão de sermos dotados de uma inteligência para compor poemas, resta-nos aproveitar as ações de Deus em favor daqueles homens e compor algumas palavras para que fiquem em recordações paralelas à história real.

Tais palavras hão de glorificar a Deus pela grande misericórdia usada para com eles e para com nossos sentimentos, mormente dos familiares, que viveram dias de muitos pensamentos temerosos, talvez até resignados pela perda.

Vou encerrando, parabenizando desde o chefe de estado do Chile, assim como seus assessores, e principalmente os quatro valentes que corajosamente desceram para ajudar os trinta e três homens no interior da mina, a subirem pela cápsula, Fênix.