Vai Curintia!

Fazer o quê? Se o deixaram completar 100 anos! Agora é tarde! E depois de tanto tempo, não há outro jeito, ou o odiamos ou o amamos, no fim temos que nos conformar a viver com ele. E o máximo que podemos fazer é torcermos para que nunca conquistem nada, é secar, secar e secar. Nem os 23 anos de jejum, que acabou em um gol “espírita”, o fez desaparecer, pelo contrário, só o fez crescer mais. Uma massa disposta a segui-lo por todos os cantos, cantando, gritando, pulando, sofrendo, chorando e torcendo...!

Surgiu para ser a alegria do povo e, predestinado a ser idolatrado por milhões, torcedores tão carentes de tudo, tão necessitados, tão cansados das mazelas do ontem, de hoje e de amanhã. O seu orgulho é exatamente possuir a torcida que tem, que se consideram fiéis e o seguem como uma religião, não tem estádio, não tem títulos de expressão, a sua existência se resume a sua torcida. Sem ela provavelmente já teria sumido. Lá fora ninguém o conhece, a não ser por ter em sua torcida um Presidente do Brasil. Um bando de loucos que ganhando, empatando ou perdendo, continuam loucos por ti.

São 100 anos, nascido para ser o time dos desafortunados, para ser a luta dos pobres contra os ricos. O seu uniforme, preto e branco, simboliza o ódio e o amor, sentimentos que vão e vêm a todo o momento, nas vitórias e nas derrotas. Mas nem tudo são flores no seu caminho, contra um “Todo poderoso”, sempre há outro, e nesse caso as suas cores são o verde e branco, adversários declarados, arquirrivais quase nascidos no mesmo dia, motivos de brigas, discórdias, discussões e batalhas épicas dentro dos gramados.

Os jogadores que vestem a sua camisa, não precisam ser craques ou gênios, precisam é jogar com raça, com vontade, precisam gostar do time, precisam saber que para conquistar um lugar, devem suar sangue. Porque lá das arquibancadas, uma multidão de fiéis sofredores, querem, no fim dos 90 minutos, ganhando ou perdendo, ter visto o seu time lutado até o final.

Um time que, na dúvida sempre são a seu favor, e a injustiça no campo é justificada por cronistas futebolísticos, que esquecem o profissionalismo e exaltam o seu time, eximindo o árbitro de toda a culpa, colocando-se nas regras que para eles não são apenas as dezessete, mas quantas puderem existir a seu favor. O seu maior sonho, assim como os dos seus torcedores, é possuir uma casa própria e um título internacional, esquecem das suas origens, e não se satisfazem com as glórias conquistadas nacionalmente. Remói de inveja de outro time, o das três cores, que tem em seu currículo conquistas internacionais importantes, difíceis de serem obtidas pelo time do povo.

A minha homenagem a esse grande time, que tem em sua torcida o seu maior orgulho, a sua maior conquista, a sua maior paixão.

Parabéns CORINTHIANS ou Curintia pelo seu Centenário! (“centenada”)

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 19/10/2010
Código do texto: T2565422
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.