MUNDOS EM COLISÃO

Vejo nossos sorrisos se perderem

na imensidão do nada.

Nossas promessas. Tudo que fizemos...

As alegrias...as algemas das quais nos libertamos.

Parece que se perdem como quem perde milhões na bolsa.

Sinto que vão se esvaindo todos os sentimentos

bons e maus. Não me digam que é depressão.

É visão de futuro. É o enxergar do que tem que ser visto.

A dificuldade em falar das verdades é a mesma em querer

provar que o amor está acima de tudo.

Está nada!

Lamento que só os mais sensíveis enxerguem as tragédias.

E não quero comentários de auto-ajuda ou de condolências.

É preciso que se abram os dois olhos bem abertos.

Que se veja a fome, a miséria material e espiritual,

a ganância, a aquiescência discursiva e a hipocrisia,

como males a serem combatidos.

De que adianta falar de amor contra milhões de megatons?

Chego a pensar que o calendário Maia faz todo o sentido.

É cruel aquela cena do abutre esperando o pobrezinho morrer.

São absolutamente cruéis as queimaduras causadas em Hiroshima

e Nagazagui...as sequelas...a destruição.

O tempo é realmente o senhor dos anéis.

Mas não é o senhor da poesia! Não é!

Embora tenhamos em mãos bilhões de megatons,

explodimos em esperança...sempre....sempre.

Esses mundos em colisão...do que somos e do que gostaríamos

de ser, infelizmente cursam a mesma rota.

Diferente da órbita dos poetas.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 24/10/2010
Código do texto: T2576459
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