Desabafo de uma criança

Sabe pai, eu era pequenino, e não sabia o que estava acontecendo,

eu não entendia o seu sumiço, eu sentia tanta saudade, e eu não podia nem te procurar, mal sabia falar, quando ia dormir, ficava esperando pelo seu beijo, e você não vinha me beijar.

Sabe pai, eu não entendia por que você não podia ficar comigo,

eu sentia saudades, eu queria te abraçar, mas eu não sabia por que você não estava em casa, eu ia te procurar em seu quarto, sua cama estava vazia, e nem em casa você dormia, eu sentia sua falta.

Sabe pai eu hoje não sou mais aquele garotinho, eu cresci, e ainda não

entendo, por que você não vem brincar comigo, e nem me ensina a jogar bola, a pescar, eu ainda não sei nadar, me ensina pai, a nadar!

A jogar bola, me ensina o dever de casa, me ensina a consertar minha bicicleta, o meu carinho que soltou uma roda...

Sabe pai, eu cresci , mais ainda sou criança, e queria que você se aproximasse de mim, e me desse um pouquinho que fosse do seu amor,

tenho tanto pra te falar, preciso te pedir conselhos, sou um rapazinho,

e quero que você seja meu melhor amigo.

Vamos pai, caminhar um pouco, pra conversar-mos sobre os meus medos, as minhas conquistas, aqui em casa, eu sou muito feliz, mais sabe pai, eu sinto sua falta, Queria que você fosse me buscar no colégio, e que me abraçasse bem forte e me dissesse que tava com saudades de mim, como eu tenho de você.

Eu cortei o meu cabelo , e você não percebeu, vesti até uma camisa que não era o seu time, e você nem viu, nem ligou, você não sabe pai, mas você não me ensinou a torcer pelo seu time, nem percebe que sou

grande e forte, e que me pareço muito com você, eu só precisava pai,

que você me notasse um instante que fosse, pra eu poder te dizer,

que apesar de tudo isso pai, eu te amo muito, e queira poder crescer com você.

Sônia Amorim

http://escritorauniversoparalelo.blogspot.com/

Sônia Amorim
Enviado por Sônia Amorim em 29/10/2010
Reeditado em 03/11/2010
Código do texto: T2584870