A ONÇA PINTADA QUE FUGIU DO CRAS

Pois é, estão dizendo por aí que o filhote cansou-se das mordomias recebidas no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e se mandou.

De acordo com os noticiários, uma anta fez um buraco na tela da jaula e contribuiu para a fuga do pequeno felino que soube aproveitar a oportunidade e foi embora.

E assim, desde o dia 29 de outubro passado, a pequena onça pintada vem causando medo na população que vive nos arredores do Parque do Prosa, no Parque dos Poderes.

E ainda hoje, uma semana depois, a Polícia Militar Ambiental ainda não encontrou o animal, que deve estar passeando e se divertindo na agradável área verde daqueles lados da cidade.

Onça, força, poder, habitat e hábitos noturnos à parte e considerando todas as particularidades sobre o assunto, inclusive a readaptação desse animal, cá fico eu a pensar em algumas situações.

Quem de nós ainda não teve vontade de quebrar a jaula e fugir para uma reserva verdinha? Ou quem sabe, torceu para que uma anta aparecesse e nos ajudasse a escapar?

Como você imagina que a onça esteja vivendo nesses dias e noites? Imagino-a livre, solta, perambulando por entre árvores e galhos retorcidos, faceira, sem ninguém para vigiá-la ou visitá-la a todo instante, sem ninguém para escolher a sua comida e sem ter que sorrir para as visitas. Imagino-a nestas noites de lua minguante andando saltitante respirando o delicioso cheiro do mato verde. Aliás, a primeira noite que se viu solta era o último dia de lua cheia e como deve ter se sentido livre andando sob o clarão da lua e o pio das aves nos altos dos galhos!

Esse fato envolvendo a fuga do filhote de onça pintada, de oito meses de idade, nos faz pensar no quanto todos - nós e os bichos - desejamos ser livres.

Oxalá o Pai nos ajude a viver plenamente livres nestes dias de mudanças em nossa Nação e que todos tenhamos os nossos diretos de ir e vir garantidos, conforme nos asseguram as leis: as civis – dos homens e a conquistadas por Jesus Cristo, paga com seu sangue.

Vicentina Vasques
Enviado por Vicentina Vasques em 06/11/2010
Código do texto: T2600047
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