NÃO SEI SE CHORO OU SE SORRIO...


É isto mesmo, eu não sei se choro ou se sorrio com as últimas novidades do nosso país.Em verdade eu venho procurando me abster de pensar em tudo que acontece,principalmente na esfera política, porque se pensarmos demais tentando entender o que vem acontecendo,por certo que o nosso juízo sofrerá algum dano.

A reprise da novela ENEM me fez corar de vergonha de ser brasileira. Como se não bastassem os envolvimentos de políticos, que nos representam,em tantas falcatruas e processos,a repetição de um fato que eu julgava sanado e que não mais se repetiria, me fez compreender que,definitivamente o Brasil não é um país
sério.

O mínimo que a nossa juventude poderia receber e com todo o direito ao qual faz jus, seria um programa decente, límpido e transparente onde a sua capacidade de ingressar numa Universidade fosse testada e que,ao mesmo tempo, ela não se sentisse como um meio para que alguém pudesse atingir um fi
m.

Venho de uma geração de escolas públicas nas quais se prestava exame de admissão para ingressar no famoso ginásio que hoje nada mais é do que
a famosa quinta série até a oitava, saíamos da escola pública prestávamos vestibular e éramos imediatamente aprovados.Não havia "cotas" para negros, índios ou quem quer que seja até porque todos eram iguais nas salas de aula porque o ensino não era diferenciado.As escolas particulares só existiam numa parcela insignificante e na sua maioria representavam as "famosas bancas" defendidas pelas professoras aposentadas que costumavam complementar a aposentadoria com mais esta pequena renda.

As escolas públicas eram respeitadas e respeitáveis.Todos os exames que eu prestei fui aprovada,incluindo concursos.E não fui a única.O governo não precisava fazer "malabarismos" para que nós,filhos de pobres e alunos de tais escolas pudéssemos ingressar na Universidade.

Nós ingressávamos pelo nosso mérito, nossa capacidade e dos nossos professores que,embora na sua grande maioria, não tivessem nível universitário, ainda assim eram preparados.

Hoje, há exigências de nível superior para o corpo docente,"cotas" para as escolas públicas, ENEM e o quê mais se pensar...e a comédia continua.

Bilhões e bilhões gastos todo ano para se fazer e se refazer avaliações e o Ilmo.Sr.Presidente a assegurar que fará duas,três,quatro,quantas provas provas forem necessárias para que o jovem ingresse na Universidade.


Alguém pode me responder de onde sairão tantos bilhões para se pagar estas avaliações ou se não seria mais inteligente e viável uma reforma radical no ensino público a fim de que não se precisasse mais destas manobras tipo cotas e enem"s"?

Ou será que estou sonhando demais com algo impossível?

Eu não sei se sorrio de tanta palhaçada ou se choro de saudade dos meus velhos e bons tempos nos quais éramos felizes e nem sabíamos...

bjs,soninha.



 
Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 11/11/2010
Reeditado em 17/04/2016
Código do texto: T2608785
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