Minha lua, meu Romeu
Contemplei a lua, um tanto torta, noite passada. Ela estava sorridente, fazendo uma festa no céu, as estrelas bailando num passo sincronizado de um lado para o outro, todas cintiladas.
Senti-me Julieta.
Adormeci, cansada por tamanha farra e meu pensamento acordava em Nice, é mesmo, lá em Paris, caminhava na rua florida com os braços abertos, girando de um lado para o outro igual uma menina levada...
O céu já não era o mesmo, o sol sobre meu corpo, e mesmo com o casaco e meu melhor cachecol, eu sentia o sol inteiro em mim e sei que ele me aquecia e me protegia do frio breve do inverno.
Ora acordava na minha varanda, apreciando o céu no seu fim de festa, ora acordava caminhando na Europa. O que preciso mais? Romeu seria a resposta correta, toda Julieta tem um Romeu e seria fácil recordar aqueles melhores beijos.
Ah! Um suspiro foi dado lá dentro, uns gemidos poucos e baixos.
O quarto está num tom de romance, as velas bem postas nas prateleiras, a música no fundo doce e suave... Algum tipo de flashback.
- Querida, mais champanhe? A voz grave do apaixonado, uma voz educada que sussurrava, que insistia minha presença.
- Amor, o banho de espuma está pronto. Pétalas, velas, tudo pronto para ritual no banheiro.
- Obrigada querido pela noite maravilhosa e um morango cairia bem. Minha rouca e jovem voz respondia satisfeita e feliz a pergunta do jovem apaixonado.
E este dia foi muito recordado. E após contemplar aquela noite enluarada, me deliciei nos braços do Romeu e me recordei não somente os velhos beijos, os abraços e carícias foram melhores ainda.
A varanda molhada com o orvalho breve da noite, eu já não estava brincando de sonhar acordada, embora minhas noites pensem em morte e ao mesmo tempo em Nice, onde poderia viver eternamente, eu estava provando o melhor veneno da vida, no melhor beijo de Romeu.
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