Celebrando (3)
 
 
Uma nova série de viagens indicadas no livro: 100 viagens que toda mulher precisa fazer traz por título – Lugares de celebração e afirmação feminina . Parecia promissor porque começava com um capítulo sobre dança do ventre – mas limitou-se a um pequeno histórico sobre essa antiqüíssima dança, que nos primórdios era um rito que cultuava a fertilidade e a uma série de endereços, principalmente nos EUA. Acredito que em muitas cidades brasileiras existam centros que se dediquem a essa atividade que é realmente bonita, mas a menos que seja uma dançarina Professional querendo aprender mais para poder repassar ensinamentos duvido que alguém que viaje para qualquer cidade brasileira estará em busca de uma escola de dança do ventre. A menos que estejam se apresentando em alguma Casa de Espetáculos.
 

O destino seguinte é o Museu da Menstruação que não existe mais embora tenha sido informado que funcionou por uns tempos em Maryland. No entanto é o único destino que podemos atingir sem gastar um único tostão. Conferi: é só digitar
www.mum.org que chegaremos lá.

Pois o destino seguinte me agradou e gostaria imensamente de ir até lá para conhecê-lo melhor. Fala sobre o Candoblé e a Irmandade da Boa Morte, na Bahia. O texto escrito pela autora nos remete a coisas sabidas – assim como a santeria em Cuba e o vodu no Haiti, o candoblé é uma religião vibrante que surgiu a partir da tragédia da escravidão. Escreve com respeito sobre o assunto. Discorre sobre Iemanjá e ainda diz que se tivermos sorte de passar o Ano Novo no Rio de Janeiro devemos parar na Praia de Copacabana. Eu tive essa sorte e parei. É um espetáculo de indescritível beleza que vale a pena ver. No capítulo há referências ainda a Festa de Iemanjá na praia do Rio Vermelho, em Salvador, no dia 2 de fevereiro e uma descrição de uma cerimônia na cidade de Cachoeira, na Bahia. Sobre essa cerimônia a historiadora Victoria Langland diz: “É hipnotizador desde o incessante ritmo do batuque à intensidade física da chegada de cada orixá. Quando acaba você sabe que teve uma experiência profunda”. Em Cachoeira também é celebrada a diáspora africana para a América no Festival da Boa Morte
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Outros destinos sugeridos no livro são:

 Havana,Cuba – um elogio partindo de uma norte-americana sem dúvida nenhuma é relevante. A autora considera o país como o lugar onde existe uma grande harmonia racial, os sorrisos são largos e os movimentos das pessoas ritmados, exalando uma sensualidade que vai além da aparência física. Garante ainda que é nos clubes de rumba que essa sensualidade é mais visível. Sobre Cuba tem ainda uma história belíssima, que eu não conhecida mas que nunca mais vou esquecer. O capítulo sugere que visitemos o Cementério Colon para visitar La Milagrosa. E conta então a história dessa mulher milagrosa chamada Amélia Goyri de Hoz que morreu em 1901, no parto e foi enterrada com seu bebê colocado junto aos seus pés. Anos depois, aberto o túmulo o bebê foi encontrado no colo da mãe. Quando for lá não se esqueça de bater três vezes na lápide e fazer um pedido. Seu desejo será realizado desde que você não dê as costas para ela e se afaste sempre olhando em direção ao túmulo. Não vá sozinha (o) então. Leve alguém para guiá-lo no trajeto de saída do cemitério pois andando de fasto coisas estranhas podem acontecer.

Florença, Itália –
Uau, eu já estive lá e preciso voltar correndo, não só eu mas todas as mulheres do mundo. Pois lá, diz a autora, os adoráveis florentinos nos esperam sussurrando em cada esquina. Será por que eu não vi nem ouvi nada disso? Será por que não coloquei meus óculos de grife e nem amarrei um lenço de seda no pescoço? Mas a grande sugestão diz respeito as pinturas e esculturas, tanto femininas quanto masculinas, exaltando o corpo humano em suas formas voluptuosas. Florença foi a cidade que mais gostei quando visitei a Itália. Lembro-me que em minhas andanças, em determinado momento eu parei e olhando ao redor disse em voz alta: eu moraria aqui. E continua valendo.
E por que não ir a Andaluzia, Espanha, aprender a arte do Flamenco? Pois se essa dança é considerada a mais feminina de todas, cheia de graça e elegância, não há motivo para não ir aprendê-la na fonte.O destino mais adequado para essa aprendizagem é a cidade de Sevilha.

Podemos viajar ainda para Dançar Tango ou Texas Two Steps. Para dançar Tango o melhor lugar é Buenos Aires. Estive lá eu bem que estive, mas dançar? Minha amiga dançou e ainda foi no meio da rua. É até interessante, foi no Caminito, próximo ao estádio do Boca. Ficam lá os casais (profissionais) dançando e aí quem quer dançar se aproxima e se troca de casais, por um preço módico que pode ser em pesos, reais ou dólares. Eu só fui a uma Casa de Tango onde um mozo apavorado derrubou em minha amiga uma garrafa de vinho que respingou em mim. Agora esse tal de Texas Two Steps você pode dançar em qualquer cidade do Texas, principalmente em Austin e Dallas: é a dança do chute – dois passos rápidos, dois passos lentos. É nesse momento que ocorrem os “chutes”, em que é preciso tirar levemente o pé do chão. Trajes: jeans apertado e chapéu de vaqueiro. Como fazer para achar um lugar que tenha um bom Texas Two Steps? Faça como no Brasil quando quer comer na estrada – encontre um lugar onde muitos caminhões estejam parados.

Para terminar essa sessão vamos encontrar um capítulo inteiro nos fornecendo endereços de Associações Femininas nos Estados Unidos. E foi aí que encontrei uma velha amiga – The Red Hat Society ou Clube do Chapéu Vermelho.Sobre essa associação fantástica eu escreverei uma crônica especial qualquer dia desses. Aliás, dedicarei a cada um dos grupos feministas citados pela autora uma crônica especial, mas primeiro vou pesquisar sobre o assunto.Garanto, vai valer a pena.

Essa seleção, sobre lugares para celebrar e afirmar o feminino apresentou destinos interessantes e válidos, mas eu gostaria que fosse mais aprofundado sem se preocupar muito com endereços. Estes a gente encontra quando temos uma seta indicativa, uma vontade firme e sapatos confortáveis.