MEU PAI: UMA LIÇÃO DE PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA
Era uma manhã, ou quer dizer, já era um inicio de tarde. Todos já estavam almoçando, ou acabando de almoçar, menos eu e meu pai. Ele insistia em consertar um brinco meu que eu usara em meu casamento do qual gostava muito e que estava com o pino quebrado.Trabalho delicado que exigia paciência. Quando achávamos que ia dar certo, tudo se desmantelava novamente numa sucessão cansativa. Ora haviam todas as esperanças possíveis, ora apenas o lugar delas. Então, percebendo meu pai cansado, disse-lhe acreditar que seria inútil continuar tentando. Aquilo talvez não tivesse jeito mesmo. Ele olhou-me profundamente e depois abaixou a cabeça balançando-a num gesto negativo, triste e até mesmo decepcionado. Sentimentos que estavam intrinsecos no tom de sua voz quando me disse: "Minha filha, quem desiste das coisas facilmente nunca chega a lugar nenhum, nunca realiza sonho algum, nunca tem nada". Silenciou e continuou tentando o concerto. Aquele silêncio repleto de suas palavras gritava no ar acordando-me para um despertar urgente. No que eu me tornara? Numa pessoa altamente pacífica e pacifista, conformada, obediente e totalmente desprendida ao ponto de abrir mão até dos meus sonhos pela harmonia geral. Não, eu não era nem a sombra do que fôra, sonhara, nem do que esperavam que eu fossem. Quantos, que me acompanharam durante a infância e adolescência, acreditavam em minha capacidade e diziam que eu seria uma grande líder. Onde estava a minha identidade? Já não era eu quem olhava no espelho e sim a nulidade de mim mesma. Vi a decepção nos olhos do meu pai e ainda que suas palavras possuissem nuances de amor, apesar de sentir que ele me amaria mesmo eu nunca chegando a ser "alguém na vida" ou realizar algum sonho, não era aquilo que ele queria para mim. Enquanto refletia, observando a materialidade de sua perseverança, ele conseguira consertar o meu brinco. O seu sorriso de vitória ficou mais belo ainda quando encontrou o meu. Talvez fosse uma questão de honra para ele provar para mim que é possivel alcançar algo, um sonho que queremos muito, ainda que em um dado momento, depois de inúmeras e inúmeras tentativas, após a completa exaustão, pareça impossível. É só respirar fundo e recomeçar novamente. Naquele dia eu despertei, acordei do sono profundo em que estava e retomei o meu próprio espirito. E ainda hoje quando tropeço e caio na desesperança, lembro do exemplo de meu pai, de suas palavras, do seu olhar e levanto-me para novamente acreditar e lutar bravamente por meus sonhos, porque sua atitude foi a materialização do que ouvi outro dia: se não deu certo é por que ainda não chegou o fim, porque no final tudo dá certo. Então digo: nunca desistam de seus sonhos. O final feliz depende muito de nós. Avantes!!
Era uma manhã, ou quer dizer, já era um inicio de tarde. Todos já estavam almoçando, ou acabando de almoçar, menos eu e meu pai. Ele insistia em consertar um brinco meu que eu usara em meu casamento do qual gostava muito e que estava com o pino quebrado.Trabalho delicado que exigia paciência. Quando achávamos que ia dar certo, tudo se desmantelava novamente numa sucessão cansativa. Ora haviam todas as esperanças possíveis, ora apenas o lugar delas. Então, percebendo meu pai cansado, disse-lhe acreditar que seria inútil continuar tentando. Aquilo talvez não tivesse jeito mesmo. Ele olhou-me profundamente e depois abaixou a cabeça balançando-a num gesto negativo, triste e até mesmo decepcionado. Sentimentos que estavam intrinsecos no tom de sua voz quando me disse: "Minha filha, quem desiste das coisas facilmente nunca chega a lugar nenhum, nunca realiza sonho algum, nunca tem nada". Silenciou e continuou tentando o concerto. Aquele silêncio repleto de suas palavras gritava no ar acordando-me para um despertar urgente. No que eu me tornara? Numa pessoa altamente pacífica e pacifista, conformada, obediente e totalmente desprendida ao ponto de abrir mão até dos meus sonhos pela harmonia geral. Não, eu não era nem a sombra do que fôra, sonhara, nem do que esperavam que eu fossem. Quantos, que me acompanharam durante a infância e adolescência, acreditavam em minha capacidade e diziam que eu seria uma grande líder. Onde estava a minha identidade? Já não era eu quem olhava no espelho e sim a nulidade de mim mesma. Vi a decepção nos olhos do meu pai e ainda que suas palavras possuissem nuances de amor, apesar de sentir que ele me amaria mesmo eu nunca chegando a ser "alguém na vida" ou realizar algum sonho, não era aquilo que ele queria para mim. Enquanto refletia, observando a materialidade de sua perseverança, ele conseguira consertar o meu brinco. O seu sorriso de vitória ficou mais belo ainda quando encontrou o meu. Talvez fosse uma questão de honra para ele provar para mim que é possivel alcançar algo, um sonho que queremos muito, ainda que em um dado momento, depois de inúmeras e inúmeras tentativas, após a completa exaustão, pareça impossível. É só respirar fundo e recomeçar novamente. Naquele dia eu despertei, acordei do sono profundo em que estava e retomei o meu próprio espirito. E ainda hoje quando tropeço e caio na desesperança, lembro do exemplo de meu pai, de suas palavras, do seu olhar e levanto-me para novamente acreditar e lutar bravamente por meus sonhos, porque sua atitude foi a materialização do que ouvi outro dia: se não deu certo é por que ainda não chegou o fim, porque no final tudo dá certo. Então digo: nunca desistam de seus sonhos. O final feliz depende muito de nós. Avantes!!