A noite e ela.

Certa noite a caminho de casa, após uma dia longo cheio de tarefas, obrigações, dinheiro, títulos, pagar, receber, telefonemas, marcações, conhecimentos, prova, exercício, horário, chamada, raciocínio, escrita, compreensão, ufa! Mas, depois de um dia corrido que nem tudo saiu como previsto lá estava ela. Disposta a buscar paz.

Em seu pensamento mistérios, desejos, necessidades, vontades. No seu “radinho” música alegre. Nos seus pés a disposição de caminhar. Não pensou muito e decidiu seguir seu rumo com as próprias pernas mesmo com o medo da noite. No entanto, sentiu vontade de desvendá-la.

E com toda serenidade seguiu observando, refletindo, caminhando, juntando cores, formas, curvas, pessoas, carros, bicicletas, céu. O céu. Parecia que viria chuva. Pensou – andarei com passos longos, mas se vier a chuva, que venha... - sem mais detalhes percorreu o caminho em paz, tranqüila, serena. A noite, apesar dos mistérios atrás das árvores, dos muros, buzinas e pessoas que a cruzavam, a noite com brisa calma trouxe satisfação.

No entanto, dentro de si uma falta. Mesmo confiante que chegaria bem ao seu destino, faltou-lhe uma segurança maior. Alguém que a faria repleta de paz e ao mesmo tempo a perturbaria. Mas o guardou no coração e de lá a protegeu. O amor imposto, abençoado, solidificado e sentimentalizado em seu interior lhe permitiu sentir-se forte, mesmo já cansada.

E aquele dia assim terminou. Reflexos, assuntos, absurdos, aprendizado, firmeza. Em seus aposentos apenas a vontade de descansar. Em Paz.

(crônica auto-biográfica)

Líviaa
Enviado por Líviaa em 12/10/2006
Reeditado em 12/10/2006
Código do texto: T262926