Precisamos de tão pouco pra ser FELIZ !

Acordei, e pelas frestas da janela do quarto, pude ver os raios de sol, invadindo-o, sem nem licença pedir.

Um sentimento de imensa alegria, tomou conta do meu coração, que belo dia de domingo !

Desci as escadas e na sala de tv, as cachorras por mim esperavam sorrindo, rabo abanando, uivos de festa. Sai no quintal e os passarinhos cantavam, felizes que só!

Dois pássaros Tesourinhas, estavam a descansar em cima da arvore do quintal, lembrei-me da crônica de ontem, feita pela Marina.

Coloquei as bananas, para os bem-te-vis, água nos bebedouros, e troquei a água da vasilha, que deixo para eles se refrescarem, adoro ficar apreciando a festa que fazem, enquanto tomam seus banhos.

Fui, olhar minha horta, e me deliciei ao ver os brotinhos rompendo a terra, e surgindo para à vida fortes e valentes.

Nos vasos, a hortelã está viçosa e cheirosa, assim como o alecrim, o tomilho, e o manjericão.

Somente depois desse passeio gostoso, fui à cozinha tomar meu café, comer meu mamão, e a banana amassada com linhaça, aveia e gergelim, preparado com carinho pelo marido. Há manhãs, que sou eu que preparo, outras ele o faz. Assim, sem nenhuma cobrança.

Desjejum mais demorado, o de domingo, sem pressa, aproveitamos para conversar. Gostoso conversar !

Tanta coisa há para papear, planos para o final do ano, para a semana que se inicia, a viagem já marcada para ir ver o filho novamente, pois a saudades bate forte em cada um de nós.

E penso: como as verdadeiras alegrias, aquelas que repletam a alma, custam pouco, e estão ai, prontas para serem apreciadas. Quase tudo que completou minha manhã de domingo, está na natureza, o sol, as plantas, os pássaros, os cães.

Conversar, rir, lembrar, fazer planos, agradecer a gestos simples de carinho, como uma mesa posta para o café da manhã.

Me lembrei de meus avós, que materialmente pouco conquistaram nessa existência, porém, viverem 65 anos casados, sempre alegres com à companhia um do outro, adoravam papear, curtiam demais sua casa modesta, mas deliciosa de se estar.

Dias atrás, recebi um e-mail de minha prima, neta também de meus avós, lembrando da convivência harmoniosa e feliz, que desfrutamos na casa deles.

Dizia-me ela, das saudades, da refeição simples e saborosa, da horta cheirosa e bem cuidada de meu avô, dos canteiros de flores plantados pelos dedos verdes de minha avó.

Me lembro tanto deles, sentados em um banco, construido pelo meu avô, sem luxo nenhum, com sobras de madeira, que depois de pintado, foi colocado embaixo do pé de primavera.

Como era disputado esse banco aos finais de semana, delicia sentar ali, e papear.

Tenho guardada para sempre em minha retina espiritual, a imagem deles sentadinhos lá, conversando, conversando um pouco mais e rindo.

Dinheiro? Tinham somente o necessário, e olhe lá.

Ter, nunca fez parte da busca desse casal, que foi rico, na arte de acolher amorosamente a toda família.

A casa de meus avós, era muito modesta materialmente falando, mas, significava um palácio, para todos nós que dela desfrutamos de todo amor ali existente.

Penso, quanto essa geração está perdendo, na busca desenfreada pelo ter. O natal que está proximo que o diga.

E com isso, as pessoas estão perdendo o hábito de apreciar o simples, como o frescor das manhãs, um vaso de alecrim, o sorriso sincero de um cão, uma conversa gostosa entre o casal, os filhos.

Enfim, a felicidade é algo que vem de nossa essência, e precisamos de tão pouco para fazer nosso espirito feliz !

Lenapena
Enviado por Lenapena em 22/11/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2629767