À beira mar...
Era um final de dia, como tantos outros no litoral.
Sentado em um banco, à beira do mar, ele fitava o vai e vem das águas de encontro à areia, em um balé constante. Em alguns momentos, ele até mesmo comparava o movimento das águas à brincadeira de gato e rato dos tempos infantis.
Porém, sua mente estava longe, bem longe, pensando em tudo que havia passado em sua vida. Passado e presente se misturam em flashbacks onde as luzes da alegria se misturam com as da tristeza.
Então, ele diz para si mesmo: será que vale a pena viver tão triste assim, sem ter nenhuma vontade, esperando apenas pelo fim? Será que nada mais importa, nesta ingrata caminhada que transformou a vida em precoce solidão?
Lá de dentro, uma voz parece dizer: não se entregue à tristeza, procure ver a certeza, que existe na doce beleza de cada gesto da natureza. A natureza da própria vida, que te coloca em dificuldade, para procurar do quase nada, o caminho da felicidade.
Naquele instante, voltando no tempo, ele se lembra de um poema escrito por um amigo, que dizia assim:
Olhe com atenção ao seu redor
Procure com todo o ardor
Peça a Deus com fervor
O verdadeiro e puro amor.
Às vezes o amor está perto
Tão perto que você não vê...
Às vezes o amor está em você
Querendo apenas desabrochar.
Acorde e viva a realidade
Com toda sua intensidade
Siga na busca da sua verdade
Para que não se torne saudade.
Ame sua esperança...
Ame sua alegria...
Ame sua vida...
Ame você mesmo
Como eu amo você!
Com os olhos úmidos, ele apenas diz, em voz baixa: obrigado, meu amigo. Eu também te amo!