À beira mar...

Era um final de dia, como tantos outros no litoral.

Sentado em um banco, à beira do mar, ele fitava o vai e vem das águas de encontro à areia, em um balé constante. Em alguns momentos, ele até mesmo comparava o movimento das águas à brincadeira de gato e rato dos tempos infantis.

Porém, sua mente estava longe, bem longe, pensando em tudo que havia passado em sua vida. Passado e presente se misturam em flashbacks onde as luzes da alegria se misturam com as da tristeza.

Então, ele diz para si mesmo: será que vale a pena viver tão triste assim, sem ter nenhuma vontade, esperando apenas pelo fim? Será que nada mais importa, nesta ingrata caminhada que transformou a vida em precoce solidão?

Lá de dentro, uma voz parece dizer: não se entregue à tristeza, procure ver a certeza, que existe na doce beleza de cada gesto da natureza. A natureza da própria vida, que te coloca em dificuldade, para procurar do quase nada, o caminho da felicidade.

Naquele instante, voltando no tempo, ele se lembra de um poema escrito por um amigo, que dizia assim:

Olhe com atenção ao seu redor

Procure com todo o ardor

Peça a Deus com fervor

O verdadeiro e puro amor.

Às vezes o amor está perto

Tão perto que você não vê...

Às vezes o amor está em você

Querendo apenas desabrochar.

Acorde e viva a realidade

Com toda sua intensidade

Siga na busca da sua verdade

Para que não se torne saudade.

Ame sua esperança...

Ame sua alegria...

Ame sua vida...

Ame você mesmo

Como eu amo você!

Com os olhos úmidos, ele apenas diz, em voz baixa: obrigado, meu amigo. Eu também te amo!

José Aresta
Enviado por José Aresta em 22/11/2010
Reeditado em 31/10/2014
Código do texto: T2630660
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