Texto feliz

Devem cobrar-me otimismo, alegria. Que, no mínimo, eu seja nos textos o que aparento no contato pessoal. Eu percebo a ansiedade com que se aguarda boas novas bem escritas. Não somente de mim, é claro. Sinceramente? Lamento causar esta dupla frustração. - Está na cabeça, dizem! Como se fosse fácil “mudar de canal.” No fundo, um conselho é a manifestação de um estorvo travestido de zelo, (me desculpem, mas este é o meu jeito de ver as coisas). Não é nenhum recado isto que digo. Nenhum desabafo. É constatação apenas. Enfim, cada um carrega nas costas o que a cabeça escolheu. (para vocês verem que até o corpo faz jogo de empurra). Ainda bem que grande parte de quem se lê não é assim triste. Passa uma coisinha ali, outra lá, mas diverte e emociona positivamente, mais que os “densos” como eu. Fico tentando atribuir esse modo de ver e sentir à coisas como faixa etária, experiência de vida, fase, conjuntura sócio-econômica, herança genética... Tudo isso e mais alguma coisa em mim é quem deve assumir esse boicote à escrita feliz.