CERTOS DIAS

CERTOS DIAS

Tem dias que de tão desagradáveis pensamos que bem poderiam não ter acontecido apesar da nossa crença em Deus e de sua centelha divina em nós. Francamente, de notícias ruins deveriam bastar aquelas da imprensa falada e escrita e aquelas bem tristes que nossos médicos comunicam com semblantes pesarosos.

Hoje acordei com muitas dores no corpo e ainda assim não desanimei, tomei um santo remédio que minha mana Maria me deu, fiz minhas preces, a dor passou e me levantei para fazer o café.

A faxineira que vem todas as terças e sextas chegou. Pedi que tirasse a cortina da sala para ser lavada certa de que a reforma externa do prédio que dura há meses havia terminado quando para meu espanto o pedreiro montou novamente o seu palanque, ou melhor, o seu andaime, embaixo da minha janela significando que a poeira vai continuar.

Depois vem a faxineira me comunicar que conseguiu um emprego em uma empresa e não poderá mais vir. Parece até reprise de um filme, no ano passado, eu com pneumonia, a casa cheia de convidados para a virada do ano e a empregada simplesmente desapareceu. Aliás, esse filme vem sendo reprisado desde 2008, empregadas e faxineiras desaparecem quando mais preciso. Tenho uma grande amiga cuja sogra a detestava por ter casado com seu único e querido filho para qual sonhou um casamento com uma moça milionária e não era a condição de minha amiga que manteve o seu casamento suportando todos os atos nada apropriados da sogra milionária um deles, o suborno de empregadas para contar o que acontecia na casa da nora e por fim pagar caro para que a criatura pedisse demissão nos momentos mais impróprios, essa história levou-me à conclusão de que dinheiro nas mãos de malucos é um perigo! Todavia, eu que atualmente já não tenho sogra sei que, a minha, mesmo que rica fosse, não agiria assim, ainda que não gostasse de mim o que, realmente, não era o caso.

Não entendo por que a partir de 2008, minhas secretárias “abandonam-me sistematicamente, nos momentos mais difíceis, visto que as trato com o devido respeito e educação e cumpro minhas obrigações patronais de conformidade com a legislação em vigor.

Recebo um e-mail de minha querida amiga e comadre comunicando-nos que havia assinado o divórcio e o nosso compadre já saíra de casa, ficando ela com as crianças.

Embora saibamos que apesar de sua pouca estatura é uma leoa, não lhe será fácil cuidar e educar as crianças sozinha.

Quando a noite chegou dei graças a Deus pelo fim do dia e admirei a lua e as estrelas com satisfação suplicando aos Anjos que o novo dia que se aproximava fosse mais tranquilo e feliz.

De fato, acordei animada recebendo os raios solares que invadiram o meu quarto iluminando tudo e aquecendo meu coração.

Liguei o som e quando tocou uma música dessas boas para bailar comecei a dançar acompanhando ritmo alegre e cadenciado.

Minha alegria durou apenas alguns instantes, pois logo apareceu alguém certamente muito infeliz não suportando alegria alheia tratou de acabar com meu bom humor. Em seguida, quando procurava me recompor outro alguém tratou de destruir por completo meu alto astral. No final da tarde, saí com meu sobrinho e minha mana para dar umas voltas e comprar ma estrela de Natal.

A melancolia, porém insiste em machucar-me. Meu ritmo cardíaco bateu cento e vinte cinco e minha pressão arterial sempre baixa, agora à noite está alta. Minha cabeça dói demais. Tomei um tranquilizante e o sono está chegando, vou cair nos braços de Morfeu com a esperança

De um amanhecer alegre com os pássaros cantando e sol iluminando tudo e aquecendo vida.

Ana Aparecida Ottoni

Ana Aparecida Ottoni
Enviado por Ana Aparecida Ottoni em 29/11/2010
Código do texto: T2643660
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