Papai Noel...
Ultimamente, venho encontrando-me muitas vezes comigo.
Me pego em mergulhos surpreendentes, nos labirintos do meu íntimo. Numa busca incessante de entender meus anseios, abro temerosa compartimentos onde deixei
sentimentos, que julguei impossível dividi-los...
Simplesmente arquivei-os, sem pensar no perigo que corria...
Eram na verdade, eu pensava, fatos corriqueiros da infância, situações conflitantes, pelas quais todo mundo
passa...
Num desses transes, surpreendi-me, ao perceber choros convulsivos, sentidos e inconformados...Eles estavam lá,
escondidos, bem no fundo da gaveta, disfarçados, sufocados, envolvidos em roupinhas de bonecas e em trapos coloridos!
De repente, uma voz infantil me falava:
- Ah! Até que enfim pude encontrá-la! Sabia que esse dia chegaria! Você cresceria...e só você poderia consolar-me!
Peguei-a no colo e notei deslumbrada, que ela não mais chorava! Sorria e me encarava... Seu olhar me agradecia encantado, aquele encontro que acontecia, pois que, agora sim, eu preparada, poderia do alto da sabedoria que o tempo me dava, dissipar seu sofrimento e mágoa!
Fizemos a simbiose perfeita de nossos pensamentos e juntas revivemos aquele inesquecível dia:
-“ Olhávamos pela fresta da porta e para nosso desencanto:- Nossos pais arrumavam com alegria, ao redor da árvore iluminada, os presentes que pedíramos em
singela cartinha, de letra tremida e rabiscada, ao mágico e encantador velhinho!!!!
Sofremos juntas e abraçadas, ao revivermos o momento mais triste de nossa infância querida, agora totalmente
superado:
“ A verdade da mentira!
Papai Noel não existia!!!!!!!!!!!!!