MUROS DO INCONSCIENTE (BVIW).



      Muitos de nós somos especialistas em criar muros onde aparecem nitidamente pixados a intolerância, o preconceito, o amargor do silêncio, a arrogância, a maledicência e o egoísmo...Esses muros tornam-se intransponíveis com o passar do tempo...Alem destes, temos outros: o medo, a insegurança, a dificuldade para perdoar... Por algum motivo erguemos esses muros e eles vão ficando semelhantes às muralhas de pedras das grandes fortalezas. É possível derrubá-los?

     Desconfio dos determinismos de qualquer natureza assim como da imutabilidade do caráter humano. Acredito que apenas o conhecimento é incapaz, em larga medida, de lapidar o indivíduo. Acredito no auto conhecimento e no exercício consciente para a mudança. É assim que construímos muros de palhas, menos resistentes e mais fáceis de serem transpostos quando por alguma razão pisamos feio na bola. Falando em muro lembrei-me de um que dividia o quintal da casa de meus pais com o do nosso vizinho, o sinistro SR. Pedro Banana. Era feito de palhas da palmeira do açaí. Era muito frágil, mas eu e minhas irmãs não ousávamos transpô-lo. Dizia-se que a falecida esposa do SR. Pedro estava sepultada no quintal. Talvez fosse tudo invencionice de meus pais para impedir que fossemos bisbilhotar onde não éramos chamadas e impor-nos limites. O medo era maior que a curiosidade e assim, nunca descobri se eram verdadeiros os boatos. Para mim, transpor o muro significava encarar a falecida como a guardiã da propriedade do marido. Com o tempo aprendi que a fragilidade dos muros de palha pode revelar-se nossa fortaleza à medida em que temos coragem para desconstruí-los em busca da nossa verdade interior.


Obs: estarei ausente do Recanto por alguns dias
 por motivos de saude e tempo exiguo. Estou atarefada com as providencias para a temporada lá na pousada e com um curso de ingles para aprender o básico em funçao de uma viagem para a Austrália
em março, com objetivo de visitar meu filho mais jovem que está morando lá. Desde já desejo a todos os meus amigos recantista, um FELZ NATAL