UM EXEMPLO DE AMOR

Em uma das minhas raras visitas à casa de minha mãe ouvi a seguinte frase de minha irmã: “Sou dependente da mamãe. A presença dela me encoraja. Só em saber que ao chegar a casa vou encontrá-la, sinto-me forte para enfrentar as dificuldades da vida.”

Como uma executiva de uma das maiores empresas multinacionais do mundo, comandando centenas de homens e mulheres, às vezes tomando decisões enérgicas, pode ser dependente de uma senhora de 83 anos? Amor! É uma dependência de amor! Amor pela mãe, pela amiga e companheira inseparável que agora mais do que nunca precisa de seus carinhos. Tornou-se uma enfermeira – Quietinha aí Dona Ramona, não vai doer nada – Assim com carinho e energia aplica injeções de insulina e faz os curativos nas feridas da sua paciente, para depois retirar-se e as escondidas derramar seus prantos. Essa rotina, que presenciei, fez com que eu visse nessas mulheres a nobreza dos grandes mártires.

Estou partindo com lágrimas represadas, mas orgulhoso de ser membro de uma família onde o AMOR impera, de ser irmão dessa mulher corajosa e ao mesmo tempo meiga e sensível.

Fiquei pouco tempo, o suficiente para ver a felicidade estampada no rosto de minha mãe, ouvir suas repedidas histórias com atenção, ouvir os seus lamentos pela saudade de um filho distante. Vi em minha mãe uma mulher sofrida, mas determinada a continuar a luta pela vida. Por isso quero voltar. Preciso Voltar. Voltarei.

Chiquinho
Enviado por Chiquinho em 07/12/2010
Reeditado em 07/12/2010
Código do texto: T2658656
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