PRODUTO PARA SER CONSUMIDO

Creio que até a mente menos favorecida entenda, perfeitamente, que os produtos de arte (salvo raras exceções) foram feitos para serem consumidos. Quanto a isto, não estou dizendo nada de novo. Porém, a observação que faço é outra: criar arte para que seja consumida e obter lucro através disto é uma coisa, agora, objetivar pura e exclusivamente o lucro, é outra muito diferente.

Vejam os exemplos de “Sexto Sentido” e “De Volta para o Futuro”, foram, também, produtos para consumo. Embora, não tenha gostado de alguns momentos, posso afirmar que foram bons produtos e principalmente honestos. Existiu coerência nas suas histórias, do princípio ao fim. “Sexto Sentido”, com os seus fantasmas; e “De Volta Para o Futuro” com a sua traminha babaca e o veículo que viajava no tempo.

Feito este breve preâmbulo gostaria, muito, de reafirmar que sou, apenas, mais um telespectador, dos milhões que não gostaram do seriado Lost e que, simplesmente, expressa sua opinião.

Quiçá o problema radique em não gostar de ridículos e absurdos! Não importa.

Nunca encontrei complicação alguma em entender a série Lost; ela, apenas teve uma narrativa não linear mal elaborada por falta de competência, só isso; embora sustento que a sua apresentação foi muito boa.

O que, sim, chamou muito a minha atenção foram as perguntas básicas que muitos fãs fizeram no transcurso do seriado; a que mais me recordo é esta última:

Estavam todos mortos desde o início do seriado?

Bom, quem não conseguiu entender isto, pelo menos; estará muito longe de ver os absurdos de todo o seriado.

Esta resposta foi dada, pela série, de uma forma hiper/mega/didática. Além de tudo o que foi mostrado, tem o diálogo do pai do Jack falando que, aí no FS, todos eles estavam mortos. Isto é uma informação, não precisa de interpretação alguma. Não existe leitura dogmática, pois o que existe é informação. Isto não é teoria, é uma informação dada pela obra Lost.

Agora, quem quiser “poetar” com esta informação por achá-la rasa e menos estimulante intelectualmente, está em todo o seu direito.

Particularmente, continuarei com minha humilde observação e aceito a simples informação rasa, dada pela série, de que todos estavam mortos no FS.

Seguindo essa linha de pegar informação pura, subministrada pela série, e querer transformá-la em teoria por entendê-la desestimulante intelectualmente; sugiro aos amigos “poeteiros” (que acreditam que informação é leitura dogmática e fechada) colocarem em pauta estas duas, a seguir:

1) O Vincent não era um cachorro; em realidade ele era uma gata preta.

Poderiam especular no fato de que ele latiu muito pouco durante as seis temporadas e no tamanho pequeno da sua vesícula biliar para ser a de um cachorro.

2) Hurley lutava contra uma anorexia rebelde.

Os motivos são lógicos: quase nunca comia e jogava tênis de mesa.

Sinceramente, acredito veementemente de que Lost não quis passar nenhuma mensagem, apenas se valeu de crenças e mitos popularescos, chavões de pseudocultura e principalmente de desinformação, pura e exclusivamente para obter lucro.

Mais nada!!!

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