CONSTATAÇÃO DA SUBCULTURA

As melhores obras que li e vi até agora, por incrível que pareça, têm um final que não gostei ou não queria. Mas isto não influencia na minha opinião sobre elas, posto que, o meu gosto particular não pode nunca influenciar na qualificação final que um trabalho artístico tem ou merece; até porque a grandiosidade de uma obra depende da genialidade do autor e não do meu desejo particular. Argumentar por este aspecto não passaria de uma infantilidade típica de um fanático que defende irracionalmente aquilo pelo qual se apaixona.

Entretanto, a capacidade de poder ler e o gosto pela leitura me proporcionaram a oportunidade de saber diferenciar, perfeitamente, o significado das palavras para não confundi-las e utilizá-las apropriadamente quando requeridas. Reclamar está muito longe de constatar, todos os dicionários atestam isto. Basta ler.

De uma obra sabidamente constatada como caça níquel tipo Lost, o único que nos resta, agora, é opinar no âmbito do "foi bom, foi ruim". Lamentavelmente, um produto de subcultura não permite nada mais.

No entanto, existem inúmeras obras muito boas , entre elas, posso citar “O Senhor dos Anéis” - melhor o livro, que o filme -, de Tolkien (da qual também não me agradou o final), que foi publicada pela primeira vez entre 1954 e 1955 e, de lá para cá, juntamente com outras obras de Tolkien, O Senhor dos Anéis foi e continua sendo objeto de extensiva análise de seus temas e origens literárias. O Senhor dos Anéis inspirou (e continua inspirando) trabalhos de arte. George Lucas, em uma entrevista, afirmou que sua saga, Star Wars, foi inspirada na saga de Tolkien. Adaptações do livro foram feitas para rádio, teatro e cinema.

Este merecido sucesso e, principalmente, respeito que se tem por esta obra radica no trabalho (esta história é o resultado de uma mitologia, na qual Tolkien trabalhava, desde 1917) e, principalmente, na honestidade do autor com ele e com seu público, preocupado, única e exclusivamente, com o seu produto de arte e não em criar mistérios bobos para sustentar uma audiência massiva, que se traduz em dinheiro para quem a detém.

Seria muito bom para o debate se as opiniões e sentenças fossem dadas com um mínimo de conhecimento, ao menos. Dizer que “O Senhor das Moscas”, de William Golding e “Eu Sou a Lenda”, de Richard Matheson inspiraram os criadores de Lost é não ter a menor noção do seu conteúdo!!!

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