SOMOS IGUAIS

Moro no Litoral Sul da baixada santista e subo a Avenida Domingos da Costa Grimaldi para ir à agencia do Banco do Brasil. À minha direita, a Serra do Itatins segue seu caminho itinerante rumo ao mar. Mas o motivo dessa crônica é o acesso para agência para cadeirante em rampa com piso antiderrapante, corrimão e caixa eletrônico com aviso de preferencial. Tudo devidamente adaptado e ao lado dessa entrada uma escada muito confortável com corrimão e piso antiderrapante e ampla porta de acesso.

Todo dia fico pensando nisso e sempre acho que a melhor opção, e a mais barata, é tratar todo mundo igual independente da sua condição física já que é tão mais confortável uma única rampa do que escadas.

Somos iguais e uma de nossas características é a nossa pluralidade racial, social e religiosa e não sei por que querem de alguma forma instituir o racismo no Brasil, obrigando-nos a declarar nossa cor em documentos oficiais.

E mesmo eu, sendo aparentemente caucasiano, branco, sou descendente de índios, portugueses e espanhóis. O que sou então? Vou ter que fazer exame de sangue para saber. Somos uma nação de variados tons e formas e nossos credos e definições políticas são singulares. Um povo!

Não faço a menor idéia como serão meus descendentes.Isso passa a ser importante para que eles possam receber no futuro algum tipo de benefício social. Caso essa lei absurda possa vir a existir. Terei que selecionar seus genitores como animais.

Obriga-nos a decidir por antecipação a sua cor, e quem sabe um dia o credo, etnia e mais tarde as definições políticas e condição física.

E em um dia macabro como muitos de nossa estória, surgirá algum maluco que irá impor uma nova supremacia racial e aniquilar em campos de concentração os “diferentes” em gigantescos fornos para satisfazê-los nessa nova ordem social e Hitler vai rir na sua cova.

Eu prefiro que tenhamos uma rampa de acesso para que todos possam subir de mãos dadas para o futuro e que essa lei não entre em vigor. E que Deus nos abençoe.