Um olhar materno

Passos curtos e largos intercalam-se me levando a um corredor branco, onde o silêncio é sagrado a todos. Um lugar onde muitos saem com vontade de gritar, só que não podem, então gritam com os olhos, gritam muito, eu sei.

Entro orando a Deus e pedindo coragem para ela e pra mim, quero vê-la reagir, quero vê-la sair dali, mas não posso fazer nada, a não ser continuar gritando...

Por meia hora ou mais, eu fico ali, parada, vendo-a dormir. Até a hora que chega a enfermeira e pergunta: Ela é sua mãe? E eu respondo: Sim.

Minha mãe abre os olhos nesta hora, só nesta hora, como se estivesse esperando isto a anos, até mesmo, por toda sua vida.

Mãe, Eu te Amo!

Ana Nery Machado

15/12/2010