Janelas Interiores

Ela se calou por uma eternidade.

A música que tocava a fazia pensar sobre as coisas que aconteceram e analisar suas atitudes.

Pensava que toda liberdade tinha um custo. As vezes cara outra mais barata. Mas sempre haveria algo a se pagar.

Estava pagando! Embora sentisse dor, em alguans momentos, raros, uma nova janela proporcionava a entrada de novos raios de sol. Então se renovava.

Quanto áquela outra, em que estivera presa por séculos, era só chuva. Chuva de suas lágrimas encarceradas.

Conquistar sua liberdade, custou a dor de muitos, principalmente daquele que amava.

Acustomou-se ao cárcere por muito tempo. Sentiu-se cativa do próprio amor.

Agora que se alforriou, segue sozinha, despedaçada. Precisa reconstuir-se.

Antes de tudo precisa esquecer. Deixar no passado o que mais lhe feriu. O descaso de seu afeto, o comodismo de dias iguais. O sol havia se estinguido, só o frio e escuridão, estavam

presentes.

Agora via no não, a possibilidade de reiventar-se. Disse com todas as letras a palavra! Essa por sua vez, ressoou no ouvido daquele que a amava.

Ainda assim foi capaz de chorar por ele, quando se virava de costas, e caminhava para o nunca mais.

Respirava mais aliviada com o passar do tempo, as feridas aos poucos cicatrizariam. Seguia adiante, acostumando-se com a liberdade. Um novo jardim se abria a sua frente, resplandecente com a presença de um novo sol iluminador!

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 20/12/2010
Reeditado em 10/02/2011
Código do texto: T2681601
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