NO MORRO, EU MORRO, TU MORRES, ELES MORREM
 
           Não é de hoje que acontecem deslizamentos, enchentes e outros incidentes causados por fortes chuvas, tempestades que assolam municípios, estados, regiões, fazem vítimas fatais de todas as idades, a quantidade de vítimas a cada ano só crescem.
           Mas como surgiu isto, de onde vem essa gente, quem governa esse povo, quem abriu a porteira. Aí me valho da canção de Zé Ramalho (Mourão voltado em questões). “Pra que serve um país? Para ser grande nação. Pra que serve a multidão? Pra ser um gado marcado”.
           Há muito tempo o povo foge de suas raízes em busca de algo melhor e também em busca da liberdade de coronéis que os matem em verdadeiros currais, tomam suas terras, invadem seus lares e os ameaçam com respaldo da política, da religião e endossado pela nossa nobre justiça.
          Então chegam às capitais os antigos e atuais paus-de-arara, como diz a canção de Guio de Moraes e Luiz Gonzaga (Pau-de-arara). “Quando eu vim do sertão, seu moço, do meu Bodocó, a maleta era um saco e o cadeado era um nó, só trazia a coragem e cara viajando num pau-de-arara, eu penei, mas aqui cheguei”. E agora José? Maria para onde? O que fazer João? Onde vamos morar? 
          Esta questão não chega aos ouvidos das autoridades, estes estão ocupados e preocupados com as licitações que abocanham todos os nossos impostos para satisfazer os carteis liderados por diversos coronéis da atualidade.
           Os paus-de-arara então invadem as terras sem valores, improdutivas, longe da fiscalização, do planejamento, dos projetos sociais, das escolas, da segurança pública e dos hospitais.
           Erguem suas casas nos morros, encostas, na beira da estrada, da linha férrea, nos viadutos. Todo governo quando inicia seu mandato fala de um plano de ação para a prevenção, o congresso discute o assunto, mas as verbas são mínimas e quando chega é depois dos estragos feitos, prometem solução, mas ninguém nunca viu qualquer ação do estado para resolver o problema que se agrava a cada ano e cada tempestade, são vidas perdidas, destruição de bens adquiridos de anos de trabalhos assalariados, quase semiescravos impostos por nobres patrões.
           Para definir tudo e não se conformar é só ouvirmos a canção de Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvam Chaves na voz marcante de Zé Ramalho. (O Meu País)
 
 
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 06/01/2011
Reeditado em 04/12/2015
Código do texto: T2712496
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