Parábola - A Tigela de Madeira

Como é complicado caminhar pela vida!

Com o passar dos anos o peso e cansaço recaem sobre os ombros como se não mais tivéssemos força para sustentá-los.

Na China e no Japão, a velhice é sinônima de sabedoria e respeito. A cultura dessas sociedades tem como tradição cuidar bem, glorificar e reverenciar seus idosos, resultado de uma educação milenar de dignidade e respeito.

Os japoneses consultam seus anciãos antes de qualquer grande decisão, por considerarem seus conselhos sábios e experientes.

Em outros grupos das sociedades antigas, o ancião sempre ocupava uma posição digna e era sinônimo de forte aspiração perante todos.

Eles têm intensa atuação nas decisões importantes de seus grupos sociais, especialmente nos destinos políticos.

Na antiga China, o filósofo Confúcio (que viveu entre os anos 551–479 a.C.), já apregoava que as famílias deveriam obedecer e respeitar ao individuo mais idoso.

Na tradição japonesa é festejado de forma solene o aniversário do idoso.

No Japão, o Dia do Respeito ao Idoso (Keiro no hi) é comemorado desde 1947, na terceira segunda-feira de setembro, mas foi decretado como feriado nacional apenas em 1966.

Trata-se de um feriado dedicado aos idosos, quando então, os japoneses oram pela longevidade dos mais velhos e os agradecem pelas contribuições feitas à sociedade ao longo de suas vidas.

Como podemos mudar esse quadro no Brasil?

Acho oportuno continuar alertando sobre a falta de solidariedade do estado - a esta etapa reconhecida como velhice – deixo aqui meu protesto minha denuncia ao mundo egoísta em que vivemos.

Como poderemos ter esperança na Fraternidade, quando parte das pessoas nem a praticam com os que lhe são mais chegados parentalmente?

Os asilos surgem como uma solução, não uma solução para o idoso, para a família que opta para a fácil alternativa.

A aposentadoria é empregada para garantir a permanência do idoso na instituição. Acontece que quase sempre estes abrigos são caminhos sem volta, pois na maioria das vezes as famílias os esquecem e estes seres que contribuíram em um todo para a formação em diversas áreas acabam perdendo a sua identidade e o direito sagrado de tomar decisões que lhe dizem diretamente a si mesmo.

Vemos nestas instituições olhares tristonhos, refletindo ausência de esperança,

Ao final da trajetória de vida o agradecimento dos familiares transforma em comportamento hostil, indiferente.

O envelhecimento demográfico das populações é um fenômeno irreversível das nossas sociedades modernas. Os impactes que se têm vindo a fazer sentir, entre os quais sobressai a sustentabilidade financeira dos sistemas de reformas, interferem nos equilíbrios individuais e coletivos, relativos às idades da vida e ao ciclo de vida ternário.

Velhos e reformados são agora duas categorias sociais, dois conceitos que tendem a demarcar-se.

A velhice surge então associada às dificuldades decorrentes da aquisição gradual de incapacidades.

A família, as solidariedades intergeracionais (todas as fases da vida – infância, juventude, adultez e velhice) s políticas sociais debatem-se com este desafio, procurando encontrar as melhores soluções e as respostas mais adequadas à diversidade dos problemas.

Não atinam que o idoso se coloca numa postura de quem pretende ser atendido em suas necessidades e reconhecido em seus valores.

A busca do conhecimento deveria ser uma constante trajetória de vida do ser humano, fato este comprovado desde o nascimento da criança até o final de sua existência.

A força motivadora da maturidade precisa ser trabalhada em conjunto.

. Investir nas crianças de um aos três anos, momento da constituição da personalidade, propiciando a aproximação das mesmas aos idosos e que pelo exemplo de cuidado, atenção e respeito de seus pais a essas pessoas, as crianças poderiam internalizar esses valores/atitudes, apoiadas pelas escolas, igrejas e grupos sociais;

Ir à busca das necessidades fisiológicas, como também da satisfação, de segurança, afeto, valorização,.

É importante manter acesa a chama de sua vela “a chama da vida”.

É importante a continuação do apreço da vida familiar, do amor, da troca de idéias dos jovens com os mais velhos, como dos velhos com os jovens.

É bom lembrar que o coração não tem rugas.

Quem não se lembra da parábola - A Tigela de Madeira?

Autoria Desconhecida.

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade.

As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam no momento da refeição. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.

"Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.

"Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.

Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

"O que você está fazendo?"

O menino respondeu docemente:

"Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.

Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.

Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.

Naquela noite, o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E, por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje. A vida continua, e amanhã será melhor.

Aprendi que não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.

Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver".

Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance e que viver não é só receber, mas também dar.

Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir. Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.

Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto. E que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.

Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém. As pessoas gostam de um toque humano, receber um abraço afetuoso, ou simplesmente uma tapinha amigável nas costas.

Aprendi que ainda tenho muito que aprender.

E aprendi que as pessoas se esquecerão do que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão como você as tratou..

Marília
Enviado por Marília em 08/01/2011
Reeditado em 30/03/2015
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