LIÇÕES DA VIDA

Desde menino ouvi meu pai falar, que todos pais querem somente o melhor para seus filhos. E eu, na condição de filho, achava que tudo aquilo era história para boi dormir, acreditando que aquele era um jeito deles nos querer dominar. Que era uma forma de nos reprimir, quando não nos permitia fazer aquilo que nós queríamos. E que sua formação era arcaica, pois nos enchia de conceitos ou até pré-conceitos para tolher nossa liberdade. E foi neste período que também os ouvi dizerem, que eu somente iria compreender suas atitudes no dia em que eu crescesse, casasse e tivesse meus próprios filhos.

O tempo foi passando e tornei-me maior de idade. A partir desta data é que vieram maiores provações, pois, passando pelo mundo de ilusão, cometi grandes erros e passei por muitos desenganos. Experimentei diversos vícios, bebi diversos cálices da ignorância e vivi pôr algum tempo sem Rumo e sem Direção. E durante todo aquele tempo de vaidade e vacilações, meus Pais continuavam velando pôr mim, doutrinando e corrigindo-me com dureza mais com muito sofrimento e amor. E eu, em completo despudor, ignorava seus ensinamentos e aflições. Talvez pela rebeldia que era inerente dos jovens de minha idade, fazia questão de fazer tudo ao contrário dos conselhos recebidos de meus Pais, até quem sabe para agredi-los, pois eu achava que meus pais invadiam por demais minha vida pessoal. Eles indicavam o caminho e eu buscava caminhar nas veredas.

Até que um dia, um amigo conduziu-me a um lugar de luz, e neste dia pude ver, perceber e sentir o grande amor que meus Pais tinham por mim e por meus irmãos. Neste lugar de Luz, senti uma força incomensurável que me fez fazer uma viagem interior. Nesta viagem pude sentir o desgosto que causei a meus pais. O pranto explodiu dentro do meu peito e as lágrimas brotaram em meus olhos como a água jorra de uma fonte e chorei de arrependimento. E neste estado de graça que me encontrava, pairaram sobre minha mente todos os meus procedimentos equivocados, todos erros cometidos e naquele instante pude ver o quanto fui injusto e desleal com aqueles que tanto me queriam bem, e eu, por minha ignorância, não reconheci o verdadeiro valor dos meus Pais.

Depois disto, algum tempo já se passaram e hoje me encontro casado e tenho também quatro filhos, e por ironia do destino, vejo acontecer às mesmas coisas com filho meu, e lembrando das lições de vida ensinada por meus pais, encontro-me resignado a compreender e carregar o fardo que pesa sobre os ombros e repetindo as mesmas frases, digo aos meus filhos que também só saberão o sentimento de um Pai e uma Mãe é quando eles tiverem seus próprios filhos. Mas se forem mais inteligentes, não precisaram passar pelo que passei, pois Inteligente é o homem que aprende com seus próprios erros, mas, Sábio é aquele que além de aprende com seus erros, aprende muito mais com os erros dos outros. Então com certeza estou colhendo hoje, o que num passado não muito distante, plantei.

E hoje, ensino a meus filhos um caminho de luz, de paz e de Amor, e esperando que o tempo seja o grande Mestre, para fazer-lhes compreender que nesta vida, vivermos sob uma Lei da Natureza, que é: “TUDO QUE SE PLANTA, COLHE”, e que: “O PLANTIO É LIVRE, SÓ QUE A COLHEITA E OBRIGATÓRIA”, e o mais importante ainda é que: “DEVEMOS PLANTAR SOMENTE O BEM, PARA PODER COLHER O QUE É JUSTO E DE DIREITO”.

Palmas (TO), 19 de dezembro de 2002.

ANSELMO FERNANDES
Enviado por ANSELMO FERNANDES em 18/01/2011
Reeditado em 01/09/2017
Código do texto: T2736577
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.