CARAVANA AMARELINHA

Enquanto os ‘predadores’ perpetuam sua insanidade, grupos de profissionais deixam seus afazeres e decidem por em prática uma verdade incontestável: ’Lançar o pão sobre as águas, pra depois de longos dias, encontrá-lo maior e melhor. ’E assim, um foi contagiando o outro, e a caravana estava formada e pronta para vencer 40 minutos de estrada, taxímetro parado, todos os gastos por conta própria e quem quisesse usufruir de uma carona, as ‘portas de cada carro estariam abertas e coração do motorista também. Afinal, eles queriam agir como o beija-flor, de gota em gota ‘apagar o incêndio’. No caso aqui citado, o objetivo era alcançar o maior número possível de vítimas da última catástrofe no Rio.

Vi essa reportagem no início da semana e fiquei imaginando a beleza do gesto coletivo, o esforço individual e as vidas que seriam beneficiadas por cada gotinha de amor. Comoveu-me um motorista quando indagado o motivo daquele gesto, e ele em lágrimas respondeu com a voz entrecortada: ‘Eles estão sofrendo muito. É muita dor, dona’.

A caravana escoltada pela polícia seguiu rompendo a distância e os obstáculos, mas tenho certeza que cada coração envolvido nessa missão palpitava de gozo; gozo que nenhuma diária por mais polpuda que fosse lhe daria. Nenhum bem material teria a força grandiosa que invadiu essas vidas. Meus aplausos. Oxalá que muitas outras histórias como essa sejam escritas na memória dessa gente brasileira.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 20/01/2011
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