SÃO PAULO DA GAROA (parabéns pelos 457 anos)

Não és mais a cidade da garoa dos meus tempos da juventude.

As estações climáticas se alteraram tanto que a imensa cidade se descaracterizou.

Tantas mudanças ocorreram nestes anos todos que estive fora daqui.

Passo agora pelos lugares onde costumava frequentar e vejo que já não existe a cantina onde passava horas agradáveis namorando.

A minha sorveteria favorita onde devorava taças de sorvete não está mais lá. A casa de docinhos onde comprava brigadeiros e beijinhos também não.

Até mesmo o supermercado onde mais gostava de comprar deixou de existir.

O prédio de apartamentos onde morava ainda permanece no lugar.

Olho a janela onde, tantas vezes debruçada, passei horas observando os transeuntes. Perguntando-me a razão de estar ali.

Minha alma não se identificava com a cidade. Sonhava com uma terra que tinha deixado para trás. Eu que nascera no interior, numa pacata cidadezinha, estranhava a vida tão diferente que se levava em S. Paulo.

Não conseguia amar os prédios cinzentos, o trânsito caótico (se bem que naqueles anos era muito mais tranquilo que agora).

Sempre gostei de caminhar pela avenida Paulista e naqueles anos costumava passar horas por lá. Ainda faço muito isso quando estou passeando na capital paulista.

São Paulo da garoa! Guardo lembranças de um outro tempo em que andava por Pinheiros. A Oscar Freire, Pedroso de Moraes. O largo de Pinheiros, a Faria Lima.

E guardo muitas lembranças do centro da cidade. A catedral da Sé, Luz e os trens de subúrbio. A Avenida Tiradentes.

Guardo lembranças também da Avenida Angélica onde trabalhei alguns anos.

Lembro quando ia a pé de Pinheiros até a Liberdade.

Hoje em dia gosto muito de passar alguns dias nesta metrópole tão importante para o Brasil.

Parabéns por mais este aniversário.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 22/01/2011
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2745312
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