QUANDO EU QUERO MORRER?!

De: Ysolda Cabral

 

 

 

Hoje, não sei por que cargas d’agua, a conversa no intervalo do almoço, versou sobre a morte. Fiquei a escutar sem emitir opinião até que, uma colega mais curiosa, me perguntou quando eu gostaria de morrer.

 

- Isso é pergunta que se faça?!!!  

 

Caí na risada e lhe respondi sem titubear que, a qualquer momento.  

 

Meu Deus do Céu...! Todo mundo parou de falar e olhou para mim como se eu fosse uma completa anormal.

 

Mas o fato é que, sempre encarei a morte como uma coisa natural. A única coisa que me preocupa é fazer essa “viagem” muito velha ou muito doente.

 

Então, para que a minha colega entenda melhor a minha resposta, abaixo, transcrevo uma poesia que compus certa ocasião que diz assim:

 

ENGRAÇADA PIADA

 

 

Se eu morresse amanhã,

Até seria bem apropriado.

Partiria para uma viagem,

Ainda em relativa forma e sã.

 

É que me preocupo em “lá” chegar

E não ter condições mentais e físicas,

De explorar a desconhecida

E misteriosa etapa.

 

Não sei por que cargas d’água,

Tantos jovens já partiram

E tantos, mais ou menos,

Ainda não...

 

Que mistério é esse,

O qual não se consegue explicar,

Só temer e o desfecho esperar?

 

Sair velho desta e doente

Vai fazer o quê por lá?

Morrer, já não vai mais poder!!

 

Só voltando...

 

E sem as sábias experiências adquiridas

Qual o sentido de voltar?

 

A vida é mesmo engraçada!

Melhor a imaginar uma linda

E engraçada piada

Para não sofrer e surtar

 
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