CRÔNICA CIFRADA - II

De: Ysolda Cabral

 

 

 

 

Pois é!!! Morro de velha e não mudo a minha maneira de ser, de agir e muito menos de pensar.

 

Se estou certa ou errada, eu sei lá!!! Só sei que não vou mudar nunca. Creio piamente que todo mundo é exatamente assim.  Apenas acho que a pessoa pode melhorar ou piorar. Só depende da querência de cada um, ou, das circunstâncias que a vida lhe impuser. Contudo, MUDAR, de jeito nenhum!  

 

Muitos dizem: “você deveria escrever mais crônica”. Já outros dizem: “suas poesias são maravilhosas”. Eu, sinceramente, agradeço, fico feliz e sigo escrevendo, sem achar absolutamente nada.

 

Quando escrevo não faço escolhas, escrevo o que dita a minha alma e o meu coração em diferenciados momentos de minha vida.

 

- É poesia? É  prosa? É crônica...?!  Não sei...

 

Só sei que quem escreve sou eu, sem nenhuma vaidade ou pretensão, a não ser a de me fazer feliz.   

 

Alguns textos me entristecem, outros me alegram, mas o importante para mim é não desistir daquilo que amo.

 

E, como complemento do que ora escrevo, abaixo, um texto que qualifico de poesia – a minha poesia - sem métrica, sem rima e sem beleza alguma, mas que me define da maneira mais fiel.

 

 

NÃO DESISTO

 

 

Pisando na areia molhada,

Recolhendo conchas e estrelas do mar

Sem sonho e sem objetivo

Sigo a caminhar

 

Assim venço toda tristeza

Que a vida faz questão de dar

E sem pensar em nada

Sigo a caminhar

 

Sentindo o vento no rosto

O sol aquecendo o meu corpo

Que a água, através dos meus pés, tenta esfriar

Sigo a caminhar

 

O dia iluminado pára

A bela garça por sobre a minha cabeça passa

E escutando as ondas do mar

Sigo a caminhar

 

De repente fico alerta

Com todos os sentidos aguçados e definidos

Do peito vem a dor e vem o grito

Sem que eu possa impedir ou parar

 

Mesmo assim... Sigo a caminhar.