As dificuldades nos relacionamentos

Passamos boa parte de nossas vidas gerando sonhos e neles, nós também só desenvolvemos a parte boa, a que nos traz felicidade. Somos otimistas. Quê bom. Não prevemos dificuldades, tropeços, não nos preparamos para a eventualidade da realidade não copiar a fantasia. Quando a história real não se desenrola como no script que imaginamos, nosso mundo desmorona.

Da minha adolescência para cá, pouca coisa mudou, nesse sentido. Apesar da informação estar ao alcance de todos, de todas as formas, os jovens parecem estar mais perdidos do que nós, quanto à maneira de solidificar relacionamentos. A facilidade de “partir para outra”, não facilitou nada. De relação em relação, vão destruindo sonhos, acumulando experiências e desilusões que ao invés de torná-los mais maduros, afastam-nos cada vez mais de uma saudável estabilidade emocional.

Nas novelas, os mocinhos morrem, os vilões se dão bem, famílias se desfazem com o maior despudor. O caráter discutível de jovens e os nem tanto, que não medem esforços para conseguirem seus nem tão elogiáveis objetivos, é ressaltado de uma maneira, como se agir assim, é que é válido. Faz parecer que os valores morais que aprendemos e tentamos passar para nossos filhos e netos, estão superados, que o que vale, é viver o momento, seja a que custo for.

Isso tudo pesa na capacidade de administrar nossas relações. Não há amor que resista à intransigência, à impaciência, à falta de companheirismo, de parceria. Não se cobra amor. Ele é conquista. E tem que vir acompanhado da AMIZADE, muita amizade. Essa amizade que acompanha o amor é que proporciona o espaço necessário para que cada cônjuge continue sendo um indivíduo.

Um relacionamento se solidifica através do respeito que cada um deve ter por si próprio e de cada um para com o outro. (27/10/06)