Por uma literatura melhor
São Paulo: Capital, Região Metropolitana e boa parte do Interior esconde pessoas que têm dons, mas não a quem mostrá-los. Quais seriam esses dons? Ou apenas um? ... Como se chamam aqueles que passam para o papel seus sentimentos?
Ah, sim. Poetas. Isso mesmo. Poetas. Não estão na mídia, não chamam a atenção por onde passam – pelo contrário, são tidos como loucos e vagabundos por muitos – mas têm algo que lhes dá identidade: a esperança de uma literatura melhor.
Melhor no sentido de idealista, pois é mais fiel a sentimentos e ideologias pessoais, sem a preocupação com padrões dos chamados “best-sellers”. Rimas, por exemplo, são ignoradas muitas vezes, salvo em cordéis. Afinal, o mais importante é dizer algo.
Se antes muitos escreviam para manter na gaveta, hoje podem ler para um público involuntariamente selecionado. Involuntário porque, apesar das mais variadas divulgações, que vão desde o conhecido “boca a boca” até no Metrô, só aparece um público interessado em literatura. Mesmo assim, o estímulo não diminui.
Temáticas poéticas. Na maioria dos saraus literários é possível escutar tanto poemas de amor quanto sociais, regionais, metalinguísticos, cordéis, hai-kais, contos breves e crônicas, tudo devidamente intercalado com apresentações de música, dança e teatro.
Os encontros desses artistas (se me permitirem o termo) também variam, pois vão desde o pessoal ao virtual, como em e-mails, blogs, sites literários e de relacionamento.
As formas de escrever também. Do bloco, ou caderninho, ao notebook, cada autor vai anotando aqui, ali, um sentimento, uma paisagem, de onde saem ideias para algum gênero literário. O momento de composição também não poderia deixar de variar, indo desde a paisagens tidas como paradisíacas a mesas de bar, passando até por beiras e pontes de rios poluídos. Enfim, nada é mais do que um bom usufruto de uma democracia poética.
Afinal, é a poesia e, por tabela, a Literatura deixando de ser apenas matéria de escola para ser matéria de vida.