JOÃO GOULART: Seis pór meia dúzia. (1961-1964)

Por David Kooperfield

A situação era ameaçadora para as elites políticas e econômicas do Brasil. Havia se livrado de Janio e agora assustados com a posse de João Goulart na presidência seria quase que trocar seis por meia dúzia, ambos tinham tendências tidas como esquisitíssimas pelas elites nacionais da época tanto Janio quanto Jango eram simpatizantes do socialismo em voga no momento.

Quando da renuncia de Janio o Congresso Nacional nomeia o presidente da Câmara, Raniere Mazzilli como presidente provisório, huuu que alívio para as elites, uma vez que João Goulart se encontrava adivinha aonde? Na China. Começa a onda de desrespeito a ordem constitucional.

No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola que era cunhado de Jango inicia uma campanha para volta a ordem legal e exigiam a posse imediata do presidente. Avisado dos problemas quanto a sua posse no Brasil, Jango retarda sua volta e passa pelos EUA demonstrando que não tinha interesse em implantar o socialismo no Brasil. Que lástima, brincadeirinha, o bloco também quebrou em suas incoerências e contradições autoritárias. Como já avisava Trotsky seria uma ditadura sobre o proletariado e não do proletariado.

Para continuar o desmando constitucional o Congresso aprova rapidamente a mudança de regime para Parlamentarista, para amenizar os poderes do presidente suspeito de comunista. Jango assume em 1º de setembro de 1961 com poderes limitados. E não reclama para evitar uma guerra civil. E aguardou o plebiscito previsto em um ano para consultar o povo sobre o futuro do regime.

Jango deu inicio a um Plano de governo chamado de TRIENAL que tinha como objetivo combater a inflação o déficit público e promover o crescimento econômico além de desvalorizar a moeda e reduziu importações. Em 6 de janeiro de 1963 o povo em plebiscito votou pelo retorno do presidencialismo.

No mesmo ano apoiado pela esquerda Jango lançou a REFORMA DE BASE para a educação, política agrária, habitação, sistema bancário e tributação. Principalmente as reformas agrárias desagradaram os grandes proprietários. As elites econômicas, burocráticas, militares demonstraram enorme insegurança e passaram a tramar o golpe. Para inflamar o ambiente Jango aprovou decreto que limitava as remessas de lucros pelas empresas transnacionais.

Não deu outra as forças conservadoras se levantaram contra o chamado “perigo vermelho” . Jango apoiado pelo PDT, sindicalistas, nacionalistas realizaram uma série de comício pelo país para angariar apoio para as reformas de base.

A 31 de março de 1964 João Goulart é deposto e se inicia a ditadura Militar. O resto nem preciso contar.chegara o fim do populismo, o Brasil tomaria novos rumos... rumo a tiranias.

David Bandian
Enviado por David Bandian em 02/03/2011
Reeditado em 02/03/2011
Código do texto: T2824325
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