CARNAVAL – FOLIA OU ESFOLIA
Ah! O Carnaval! Fica-se esperando um ano por esses quatro dias. Junta-se a família, os amigos, os vizinhos para alugar aquela tão famosa casa na praia.
Compra-se passagem antecipada para esquecer o horário e pegar uma van lotada.
O principal é, jamais esquecer de passar no camelódromo para comprar a fantasia de índio do Washington (a outra não dá mais), a do Wellington (do Bope, é claro), e a odalisca da Desirêh.
Afinal, temos que ter classe para colocar o nome nas crianças!!!
Ah, não se pode esquecer o confete, serpentina e tubos e tubos daquela maldita espuminha.
Enfim, hora de ir. Muitas malas e pouco espaço. Muita gente e muita cerveja. Crianças, gritos e todo o trajeto de brincadeirinhas de extremo mau gosto. Tudo tem perdão. É carnaval.
Chega-se após somente 08 horas de engarrafamento em carro sem ar, na casa que foi incessantemente checada através do “balcão”. –Era uma maravilha! Dizia, Clayton. – Pertinho da praia, finalizava Ewerton.
Realmente linda. Após 02 horas matando as centenas de baratas, dispersando todos os morcegos, encontrando todas as lacraias, favor notar não é o dançarino, via-se que a casa era quase mal-assombrada. Acreditava-se que ninguém aparecia por ali em pelo menos 5 anos.
Pintura descascada, limpeza? Onde?, porque?, para que?
Horas a fio limpando, desinfetando, bebendo e rindo, afinal é Carnaval.
Agora tudo calmo, vamos olhar a praia. O anúncio dizia que era pertinho, pertinho...
Quase 4 kms depois, muito álcool na cachola e nada de praia, hora de voltar e deixar para o dia seguinte.
Acorda-se com muita dor de cabeça e cura-se abrindo aquela latinha de cerveja. Olha a vizinhança, todas aquelas lindas piscinas com água verdinha e muito mosquito. Conversa com um, bebe com outro e descobre-se: praia só de ônibus. Mas tudo tem perdão, é Carnaval.
Assim, curte-se cada momento até o dia de ir embora. Fazendo tudo igual e juntando cada centavinho, por quê? Ano que vem tem mais!!!!!