A ARTE DE ENVELHECER

À medida que o tempo passou, deixei de fazer muitas coisas, por que as julguei desnecessárias ou fui adiando. O futuro chegou e com ele a aproximação da velhice e muitas das coisas que deixei “pra amanhã” já não consigo mais fazê-las. Com o decorrer do tempo aprendi, ou melhor, entendi que posso escolher como envelhecer - ser um daqueles que fica jogando damas o dia inteiro nas praças ou envelhecer com sabedoria, aprendendo e procurando ensinar os mais jovens os caminhos da vida.

Hoje decidi traçar meu plano estratégico para enfrentar a velhice, período que muitos chamam de 3ª idade. Quero envelhecer aprendendo, quero resgatar alguns sonhos e desejos do passado e procurar realizá-los. Vou concluir um curso superior, continuar escrevendo, jogar futebol até as pernas agüentarem, reunir-me com os filhos e netos pelo menos uma vez por mês para saborear um churrasco e conversar muito. Um dos principais desafios por mim traçado é aprender a tocar violão. Já comecei. Quero fazer do violão a minha arma contra a solidão. Quando esse sentimento se aproximar quero saber tocar pelo menos uma canção e pronto, estarei feliz!

Só faltam os velhos amigos, uns já “partiram”, outros perdemos o contato, mas os melhores ainda estão ao meu alcance, os parentes. Sim os parentes, essa é uma das conclusões que cheguei, eles são os melhores amigos, com raras exceções.

Não tenho muito tempo, a velhice já se aproxima, sinto a sua chegada de várias formas, mas finjo não percebê-las. Então vamos em frente, alternando trabalho, estudo, violão, uma corrida e um joguinho de futebol... Ah! Esqueci de falar em sexo. Ta vendo é um dos sintomas da velhice.