Raras e míseras sementinhas lançadas em solo descuidado e vazio fazem crescer ervas daninhas espalhando raízes destrutivas, minando qualquer possibilidade de enflorar na primavera.

Parece incrível, mas foi exatamente essa imagem que insurgiu em minha mente diante de uma denúncia de plágio em relação a publicação de uma frase absolutamente simples, despida de qualquer vaidade: “Palavras se assemelham às sementes. Carregam no ventre a intenção de germinar, crescer e florescer. Alcançam o ápice, quando dão frutos.”

A frase foi publicada em um blog no mesmo dia em que publiquei no Recanto, ou seja, no dia 12 do corrente mês, quase que no mesmo horário. Uma incrível coincidência.  Só que a dúvida caiu na grama do meu jardim. Ocorre que essa mesma frase já havia sido por mim publicada no dia 21/07/2010 código do texto T2391560, portanto em data e ano anterior ao postado no tal blog referido pelo denunciante.

Não bastando uma indicação, foi sugerido outro blog com a publicação da mesma frase em agosto de 2006. Percorri o caminho da memória e quando ela acendeu o sinal verde atravessei a rua e bati na porta da Usina de Letras.  Confirmei a publicação na minha página em julho de 2006, fato que qualquer um pode averiguar.

Então, fica a indagação:  Onde está o WALLY?

Na realidade, essa frase foi criada para o encerramento de um encontro de profissionais da área social da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em 2001, 2002, aproximadamente. Aliás, época em que comecei a brincar com as palavras no modesto tabuleiro do meu quintal.

Fosse eu uma escritora...

Na realidade, nunca me preocupei em verificar se existem textos de minha autoria voando por aí.  Escrever para mim significa estar atenta e tatear o mundo que me rodeia. Uma espécie de registro da minha vivência real ou imaginária, só isso, nada mais.

Na manhã de hoje recebi um email da administração do site informando que meus argumentos haviam sido aceitos e que iriam entrar em contato com o denunciante  detalhando minha defesa.

 Fico entristecida por saber que alguém se presta à esse ‘delicado’ papel no Recanto das Letras.

Qual o ganho? Qual a perda? Onde está o WALLY?