Sobre Tolos (Vampiros)

Esses dias eu estava saindo do trabalho, correndo para o banco pra tirar dinheiro, pra correr pra casa pra tomar café e depois correr pra faculdade. Sabe como é... um dia comum, pacato. Quando sai do banco meu estomago monopolizava minhas atenções, estava morrendo de fome, nem meu cérebro que pensava apenas na prova da faculdade conseguia vencer minha ânsia por um café com leite e bolo. Somente o carro que quase me atropelou me fez pensar em outra coisa, pensei em comprar crédito para o celular. Celular realmente é um vicio, prestes a morrer e a gente pensa nele. Corri pra uma banca de jornal pra comprar os creditos e comecei a pescoçar os livros da banca, comprei um do Sthephen King, vi as novíssimas edições das revistas culturais “As brasileirinhas” e “Playboy”, e comprei meus créditos. Porém na minha inocente busca por coisas interessantes minha atenção foi tocada por um livro que estava na vitrine, na frente da banca, como que em uma parte VIP de livros daquele lugar. Em meio a livros como Dom Casmurro, Encontro Marcado, estava um livro com a figura genérica de uma mulher denunciando um romance com o título “Vampira por acaso”. Puta que pariu, Vampira por acaso! O ódio correu em minhas veias como um choque de adrenalina, foi a primeira vez que quis jogar um livro no chão e chutar ele na boca do estomago! Sabe, espancar o texto, pegar aquele livro e dar um golpe de jiu jitsu, ponderei sobre o que o povo da rua ia pensar me vendo gritando insanamente enquanto acabava com aquele livro nos dentes. Minha imagem de cidadão iria morrer para sempre aos olhos dos que me viam, além de avisarem seus familiares sobre o maníaco da banca, mas, mesmo assim, eu queria destruí-lo. Se fosse alguém do trabalho eu poderia ate ser demitido! Mas valia a pena! Cerrei os punhos, inflei meus instintos assassinos e fui pra cima dele! Porem algo no meio do caminho me deteve, como que me acordando do acesso de fúria, minha razão voltou à tona, o livro custava 5,90, e dinheiro eu não podia desperdiçar.

Sai da banca pensando no conteúdo daquela obra, daquela engenhosa obra feita por uma tal de Lindsday. Como ela conseguiu encher linguiça suficiente pra um livro? Como alguém ainda compra esse livro? E mais importante, será que ela faz dinheiro com isso?

Eu sei que a autora quis seguir o caminho dos livros de vampirinhos que são purpurina, por isso ela com certeza deve juntar um rico dinheirinho. A autora não fazia nada de errado na verdade, meu ódio vinha todo do texto, como se este ultimo fosse uma pessoa, mas a autora, ela só queria fazer dinheiro com o seu talento na escrita, coisa que eu adoraria fazer, mesmo que fosse pra escrever um livro mela-cueca como aquele. Aquele texto deve ser feito para os semianalfabetos, foi daí que me atingiu, “eu consigo ser semianalfabeto!”.

Claro! Se quiser ganhar dinheiro com a escrita, eu deveria começar com algo que estivesse na moda, historinhas de vampirinhos meigos, depois com o dinheiro financiaria as minhas grandes obras! Então vou começar agora, deixa ver o titulo... hum...

“O Vampiro Popstar”

(Continua em um próximo capitulo!)