A CORRIDA DO BRONZE

“Em 24 de janeiro de 1848, começou a Corrida do ouro na Califórnia quando foi encontrado ouro em Sutter's Mill. Quando as notícias da descoberta se espalharam, cerca de 300 000 pessoas, oriundas do restante dos Estados Unidos e do exterior, acorreram à Califórnia. Estes garimpeiros temporões, denominados "forty-niners" (ou seja, de 1849), viajaram para a Califórnia por mar e em carroções através do continente, frequentemente enfrentando grandes provações ao longo da jornada. Enquanto a maioria dos recém-chegados eram estadunidenses, a Corrida do Ouro também atraiu dezenas de milhares de pessoas da América Latina, Europa, Austrália e Ásia.” Diz a Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet: - Poucos ficaram ricos e outros voltaram às origens tão pobres quanto chegaram ao “garimpo” ou “mineração”.

Pois bem. Neste início de século XXI onde as pessoas deveriam ter mais recursos do que nos séculos passados, sejam a nível financeiro, e mesmo a nível intelectual e educacional, nos deparamos com a Corrida do Bronze em Pelotas. A busca por este metal nobre vem sendo desenvolvida com tanta eficiência que chega ao ponto de esgotar certas fontes em questão de horas e sem a mínima dificuldade por parte dos “mineradores”. Ao contrário dos americanos do norte, nossos mineradores são vândalos, delinquentes, inconsequentes e certamente ladrões, pois buscam retirar dos nossos monumentos históricos as peças fundidas em bronze para vendê-las posteriormente às fundições, muitas vezes clandestinas e escusas. Nossa história vai para o “cadinho” e se transforma em míseros Reais nos bolsos dos assaltantes do Patrimônio Público que servem em certos casos unicamente para a compra de tóxicos. Aqueles que “mineram” em praça pública nunca são vistos, ficam ilesos e continuam a roubalheira impunemente. Como se isso não bastasse, agora que nas praças já são escassas peças de bronze para serem roubadas, passam a assaltar os túmulos e jazigos do Cemitério São Francisco de Paula (Ala antiga da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas) onde o material é mais farto e “minerado” na calada da noite.

Senhores! Estão acabando com a nossa história. Verdadeiras obras de arte são roubadas quase diariamente! Será que ninguém viu isso? Não existe preocupação na preservação da história de nossa terra? Não posso acreditar, mas, enquanto nos preocupamos, a “caravana” da Corrida do Bronze passa silenciosa por nossa cidade, e nós ficamos contabilizando os imensos prejuízos.