O REI DA RUA
MakinleyMenino - 2009
Menino travesso, pés nus, sempre maroto
Para uns baixinho, outros moleque, sempre faminto
Triste, sedento aventureiro, soberano
Menino aranha, trepa árvores, marquises,
Muros e telhados a fio
Domina um espaço para poucos, graceja distante, sozinho
Dia de aula, tarde de sol e céu azul,
Rebelde, astuto, estava a encher o seu vazio,
Brilho nos olhos, o prazer de descortinar este belo azul
Ao duelo das pipas coloridas,
Esperando algumas delas gostarem dele
Vento, ventania, não há pipa que caia nestas palhoças!
Nas ruas carrinhos com rodas de rolamento
Sobre a ladeira, o romper do silêncio noturno
E um pequeno louco extraindo latrinas incandescentes
Deslizando sobre bolas de fogo
Independente da satisfação pessoal
Espetáculo, palmas, e repreensão
Era o que se ouvia dos bastidores,
Morto de amor por sua duas rodas fatigava-se
Pelas ruas do Santa Tereza, em viagens incomuns
Buscando qualquer coisa, a sua encruzilhada,
Aquele espírito indomável,
O equilíbrio daquela banguela em alta velocidade
Era vida de rio natureza e caça as borboletas
Era a metamorfose enclausurada de um pequeno
Querendo ser homem sério, lembrando-se
Do filho da luz do mundo, e este da luz de farol
Filho das ruas dos lobos hostis,
Sobrevivendo os caminhos da diversidade
Que enfim, traçaram a trajetória de um garoto que chamavam
De o Rei da rua.