Dei um “pause” aqui nas minhas leituras e comecei a fazer um auto diagnostico para concluir qual é minha doença...
Eu não posso mais deixar de concluir que em se tratando de amor certamente sou anormal.
Eu amo um cara chato, sem graça nenhuma aparente, um tanto incoerente, cheio de problemas e repleto de defeitos.
Se ele tem graça para mim é porque me dei ao trabalho de vasculhar aquilo lá que parece meio morto. O tal parece que vive em estado comatoso o tempo todo, não diz coisa com coisa, não completou jamais uma frase e mesmo assim achei graça nele.
Ele é péssimo numa cantada, lamentável em manter qualquer coerência e sinceramente, não teria como juntar dois motivos que justificassem este meu amor diante das qualidades que vejo as pessoas enumerando sobre suas amadas pessoas.
Parada no meu canto observo as pessoas falando das belezas inumeráveis de seus amores e dai vem este questionamento...
As pessoas amam odores, gestos magnânimos, plásticas belezas, o caráter irreparável, delicadezas cotidianas e sei lá mais quantas qualidades dadas como boas...
Eu nem me preocupei em saber se o chato que amo era algum tipo de esquizofrênico que havia escapado de alguma clínica... Dei de cara com ele e pronto, o tal do amor se instalou em mim feito uma coisa terminal.
Jamais eu poderia participar de um grupinho falando de seus amores porque simplesmente eu não teria o que dizer...
Ele me ignora, já me destratou, foi grosseiro comigo e tudo bem espontaneamente e realmente não faço o tipo de mulher de bandido, aquela tal que gosta de apanhar, tanto é que fico a uma distância bem segura dele, o que não me impede de amá-lo... Evidentemente o cara não está totalmente condenado à posição de ser a pior coisa do planeta, mas ser este príncipe, ou rei de que tanto ouço falar? Mas nem em sonho!
Este, o homem que amo, costuma comer, precisa de água, vai ao banheiro, dorme, fica doente (aí ele enche mesmo!), trabalha, se cansa, se irrita e é irritante... É assim, tipo uma pessoa comum e cá para mim, o que ele tem de especial sou eu, e ele não me quer... (rsrsrsrsrs). Rindo muito mesmo aqui de mim mesma, porque ninguém me diverte mais que eu mesma.
Acho que se um dia esta coisa que se alojou em mim tiver cura, se eu me meter a besta de amar novamente, vou procurar um tipo destes aí ó, destes que se não são reis, fazem parte da nobreza, porque o meu amor é tão plebeu quanto eu... É deve ser isto: somos os dois da ralé...
Bem , deixa isso cá para mim, vou voltar ao meu passeio pelo mundo encantado, desta minha realidade estranha aos outros, cuido sozinha muito bem, ou mal, mas cuido sim...