Excelente ideia

Hoje, escrevo sobre tema de grande importância para os brasileiros, principalmente daqueles que não dispõem de veículos próprios para suas locomoções diárias. Os ousados argumentos que faço, considerando meus parcos conhecimentos sobre o assunto, também interessam aos demais cidadãos, carentes de transporte público farto, confortável e eficiente.

Somos obrigados a horários estabelecidos em normas e costumes, sem o que seremos levados a descumpri-los. É sabido que nosso transporte coletivo é uma vergonha. São precários quantitativa e qualitativamente. A falta de higiene, o desconforto, a insegurança e a impontualidade são parte da baixa avaliação do setor.

Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, a malha metroviária é escassa, insuficiente para a demanda de passageiros. Recife e Brasília sofrem do mesmo mal. Outras capitais que dispõem desse meio de locomoção, poucas, por sinal, estão acometidas das mesmas dificuldades. As que não possuem transporte de massa relevante, anseiam por adquiri-lo, a fim de atenderem à crescente necessidade de ansiosos usuários.

Enquanto os futuros metrôs não são implantados ou o aumento quantitativo de suas composições não chega para desafogar o trânsito caótico de nossas cidades, resta-me elogiar a capacidade administrativa e a visão desenvolvimentista dos paranaenses.

De Curitiba, vem-nos o bom exemplo. Na cidade de trezentos e dezoito anos, o transporte coletivo de passageiros e a boa intenção de tornar o trânsito ágil é providência elogiável. Há pouco tempo foi entregue ao público o maior ônibus do mundo, com vinte e oito metros de comprimento. Parece dois vagões de trem acoplados. O modelo é biarticulado, de cor azul, movido a óleo de soja, moderno e confortável. Produzido pela Volvo, com carroceria Neobus, tem vidros fumê, ventiladores para amenizar a temperatura, bancos ergonômicos estufados, plaquetas indicativas do itinerário em brille e reservas de poltronas para gestantes e idosos. E é ecologicamente aceito.

O prefeito da cidade disse que entregará mais vinte e quatro unidades desses coletivos gigantes, capazes de transportar duzentos e cinquenta passageiros. Fazem parte da promessa, presentear a comunidade com quinhentos e quarenta e quatro novos ônibus, do estilo convencional. A renovação corresponderá a 29% da frota que compõe a Rede Integrada de Transporte.

A Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, poderia ser a oportunidade de nossas cidades receberem benefícios tão significativos. Estamos a merecer essas providências. Urge ao governo da primeira mulher brasileira a investir-se no cargo de presidente da República, e aos respectivos governadores de estado, atentarem para a necessidade de sermos dotados de bons transportes de massa. O turista é exigente. Cabe-lhe uma avaliação que poderá denegrir o nome do Brasil, já manchado pelo descontrole da violência urbana. E pela corrupção.

O trânsito nas artérias citadinas está caótico. São Paulo, por exemplo, não comporta sequer um aumento da frota de coletivos, por falta de espaço. Brasília, cidade construída sob inspiração de Oscar Niemeyer, já contabiliza mais de um milhão de veículos automotores trafegando por suas avenidas largas e duplicadas. As outras metrópoles… coitadinhas!

Depois da Copa do Mundo, virão as Olimpíadas. São muitos os problemas. Poucos os recursos para tantas obras. Abundante, somente o desvio de dinheiro do povo, que fará a felicidade dos desonestos deste Brasil impuro, acostumado ao vilipêndio dos homens públicos.

Curitiba está aí para dar bom exemplo quanto ao transporte coletivo de passageiros, desafogando o trânsito de suas ruas. As demais cidades deveriam copiar-lhe a ideia. E o Brasil, como um todo, apropriar-se das boas maneiras, dos bons costumes e do padrão de honestidade que deve nortear o comportamento do cidadão.

Assim, talvez, cheguemos lá!