Os Alves
 
Os Alves são minha família materna ou seja,  são minha Grande Família. Não conheci o Patriarca, o velho Chico Caetano que nem deve ter sido tão velho assim, mas convivi durante toda a minha infância com a Matriarca, minha avó Maria Fernandes, de quem herdei parte do nome. Acho que minha avó foi a primeira pessoa em quem identifiquei o sentimento chamado amor, porque foi ela a primeira pessoa que amei conscientemente: eu a amava e sei que ela me amava também e eu sabia disso, do meu amor por ela e do amor dela por mim. E mesmo agora, tantos anos passados de sua morte, eu acho estranho dizer que amava minha avó, porque na verdade eu continuo amando, o verbo está no presente.
Essa família iniciada por Francisco Caetano Alves e Maria Fernandes Alves certamente seria motivo de orgulho para eles. Não que seja formada por pessoas muito importantes, nada disso, mas temos uma característica que acho fundamental e que é motivo de orgulho: a gente se gosta. E por causa disso, sem nenhuma outra razão mais forte e específica, aproveitando um motivo daqui e outro dali, resolvemos fazer uma grande festa. Resolvemos é maneira de dizer, porque eu não resolvi nada, mas fui na onda com muito embalo.
Minha prima Alexina (Alves Rodrigues) está de casa nova. Uma casa que parece feita para festejar. Minha irmã Regina mora nos EUA e está nos visitando. Márcia, outra irmã, veio do Recife para se encontrar com ela. Então por que não chamar mais pessoas?
E assim conseguimos reunir três irmãos dos quatro sobreviventes entre os filhos de Chico e Maria: Clarita, minha tia, mãe da prima Alexina, minha mãe, Zenita, o tio Mané.Faltou a tia Cida, de Juiz de Fora.Mas seu filho Luís Fernando cantou em verso a família toda, os que estão e os que já se foram. E é claro, todo mundo chorou, inclusive ele e eu.
Foi uma tarde de sábado perfeita, com muito sol e churrasco, quando se uniram várias gerações de familiares e agregados, os três irmãos e seus filhos, netos, bisnetos, genros e noras, do mais novinho (o pequeno Vinicius) a mais idosa (Clarita). Uma festa que teve hora para começar, mas não teve para acabar, mas que se foi deixando a proposta de novas reuniões.