Lotação

Outro dia vinha voltando para casa de lotação, percebi logo à minha frente, dentre outros passageiros, uma mãe com seu filho no colo. Era uma criança de mais ou menos nove meses de idade, bochechas rosadas, cabelos castanhos claros, pele clara e olhinhos pequenos, uma bela criança.

O diálogo que se estabelecia entre mãe e filho me chamou a atenção. A criança balbuciava alguma coisa, que a mãe retribuía com murmurinhos e curtas indagações que ela mesma respondia, completando com beijinhos em sua buchecha. Curioso era, que a criança olhava para a mãe com ternura, balançando a cabecinha, que não parava em seu pescocinho gordo e cheio de dobrinhas, parecia que a criança retribuia, com um sim, o carinho da mãe. Seguiram assim por algum tempo. E eu, sentada no corredor ao lado, apreciava cada detalhe daquela cena, parecia que o tempo parara naquela hora para me mostrar toda a ternura daquele momento.

Minutos depois, a mulher se levantou e solicitou a parada com a criança no colo, equilibrava-se e se segurava com significativo esforço para não cair, uma vez que também carregava uma sacola no outro braço. Felizmente nada de mais ocorreu, o motorista parou o carro para que os dois descessem em segurança e seguissem felizes o caminho. E, eu ainda ali parada desfrutando daquele momento, pensei: as mães devem ser mais felizes.

Flavia Aguiar
Enviado por Flavia Aguiar em 30/03/2011
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