REALENGO: TEORIAS À PARTE

Teóricos, pensadores, intelectuais de várias escolas discorrem por todos os meios sobre o massacre de Realengo. Tentam iluminar o grande mistério que foi a mente do jovem assassino, desvendar os motivos de ato tão animalesco e expor suas opiniões sobre o que deve ser feito para que tragédias assim não se repitam. É o que ocorre sempre que alguma ação de grande brutalidade, de criminosos ou não, acontece no Rio de Janeiro. Teóricos ficam com suas teorias, educadores com seus métodos educacionais, pensadores com seus pensamentos, todos quase sempre contrários a ações práticas e eficientes contra a criminalidade. Um exemplo,foi a declaração de ontem do grande senador Cristovão Buarque. Para ele, não adianta uma ação prática, como detectores de metais nas escolas, o que é preciso é entender a mente dos estudantes – coisa que jamais conseguirão, tal a complexidade da mente humana. Do ambiente em que fomos criados às características físicas, emocionais e intelectuais que herdamos dos nossos antepassados, cada um de nós resulta de uma mistura de inúmeros fatores que vão se juntando ao longo da nossa existência e das experiências que vamos adquirindo com o passar dos anos. Exatamente por isso, cada ser humano é único, por esse somatório de fatores que formam a mente humana. Por isso, uns se doam em favor do seu próximo menos favorecido, enquanto outros roubam, estupram e matam até mesmo crianças inocentes. Muitos podem se livrar do crime ou da vida mundana se encontrarem uma família bem estrutura, um ambiente sadio para viver, uma boa escola onde aprender; outros, no entanto, nem com tudo isso deixarão de praticar atos nocivos à sociedade. Estamos longe, muito longe de decifrar os enigmas da mente de cada um dos seres humanos. E diante desta impossibilidade, resta, sim, à sociedade tomar medidas práticas para se proteger contra aqueles que podem a qualquer momento atirar em pessoas numa sala de cinema ou de estudantes numa sala de aula, ou jogar aviões contra edifícios. Devido à complexidade da mente de cada um dos seres humanos, da qual não conhecemos praticamente nada, vivemos num mundo onde tudo é possível. O que nos resta são ações pequenas, dentro dos limites de seres limitados que somos: ao lado da educação, do trabalho da moradia da saúde melhor para todos, uma policia mais eficiente, vigilância nas escolas, punições mais rigorosas para os infratores.... um conjunto de ações preventivas e repreensivas para ver se algum dia possamos caminhar com mais tranqüilidade nas ruas e nossos filhos possam assistir suas aulas em paz.

Roberti
Enviado por Roberti em 09/04/2011
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