QUEM MATOU JESUS?

A figura de Jesus atravessou os séculos, encantando gerações mas, até hoje, Ele continua a ser um grande mistério. Para os historiadores, a crucificação de Jesus é o único fato que podemos ter como certo. Embora os escritos sobre isso tenham sido feitos décadas depois de sua morte, todos são unânimes num ponto: Jesus existiu, teve seguidores e foi crucificado por ordem de Pôncio Pilatos, o procurador romano na região da Judéia. O livro "O Julgamento de Jesus, o Nazareno", do magistrado Dr. Haim Cohn Hermann, ex-Presidente da Suprema Corte de Justiça de Israel, através do estudo do Direito da época de Jesus, analisa e busca respostas para questões que ainda hoje intrigam o mundo. Que crime praticou Jesus? Que Lei Ele violou, a judaica ou a romana? Quem realmente matou Jesus: a elite judaica, os romanos, o povo judeu ou o próprio Jesus?

A morte de Jesus não foi um acidente. Porém, não existem provas irrefutáveis sobre os autores do crime, uma vez que os cristãos não acompanharam o julgamento, pois já tinham fugido quando Jesus foi capturado. A elite sacerdotal ou o poder romano nada registrou, porque, para eles, Jesus era insignificante. Porque, então, eles se preocupavam tanto com um homem que pregava o amor e a paz? Um fato chama a atenção: a atitude de Jesus, ao expulsar os vendilhões do templo, não foi exatamente pacífica. O Templo de Jerusalém não era apenas o centro religioso da Judéia. Nele os comerciantes vendiam animais para sacrifícios e os cambistas trocavam as moedas. Esse comércio, aliado aos impostos anuais que os sacerdotes cobravam, transformou o Templo numa espécie de Instituição Bancária.

Eureka! Jesus mexeu com marimbondos! Eles o prendem, acusando-o de dizer que destruiria o Templo e o condenam à morte porque Ele afirmava ser o Messias. A execução do agitador serviria de exemplo para quem mais ousasse mexer com essa elite.

Segundo a historiografia, a aplicação da pena de morte era exclusividade dos romanos. Por isso os chefes religiosos judeus o entregaram ao poder romano. Pilatos, por sua vez, acatou o desejo dos judeus, para evitar atritos com os líderes e garantir a arrecadação de impostos para Roma. O "lavar as mãos" de Pilatos é um episódio dúbio: não se tem conhecimento de um procurador romano pedindo a opinião do povo.

Teria Jesus forçado sua própria execução? Se era essa a intenção, deu certo! Desafiou os poderes do seu tempo e não deu outra: acusado de subversivo, de defender o não pagamento de impostos, de tentar destruir o templo e se dizer rei. Jesus, com certeza, tinha consciência do perigo que corria, mas sabia também que sua morte seria um grande impacto em favor da causa que apregoava.

Segundo os historiadores, "a condenação de Jesus foi uma farsa perpetrada com o objetivo de acobertar os atos imorais que vinham sendo praticados pela elite judaica (sacerdotes, escribas e anciãos) mancomunados com autoridades romanas, dentre as quais Pilatos e Herodes (que era judeu)".

Concordo plenamente com isso.

"Nenhum julgamento serviu, como o de Jesus,

para uma negação tão insistente, obstinada e acatada

de que foi um erro judicial e deu margem a um crime jurídico"

Juiz Haim Cohn Hermann

(ex-Presidente da Suprema Corte de Justiça de Israel)

Giustina
Enviado por Giustina em 22/04/2011
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T2923367
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