Calculista eu?

Eu costumava enviar e/ou encaminhar muitas mensagens via e-mail. As que recebia, ou outras que garimpava em sites, geralmente encontrados no Google. Pensava em alguma palavra, pedia mensagens e ficava lendo e repassando aquelas que me calavam mais intensamente.

Não costumo repassar as que recebo, automaticamente. Costumo explicar isso aos meus contatos, porque minha sensibilidade diz que nem todos a receberiam, ou perceberiam sua intenção, da forma como eu pretendia.

Por várias vezes, recebi resposta de pessoas que se indignaram, pois entenderam que a mensagem fora enviada exclusivamente a elas, com intenção de crítica. Cada um veste o chapéu que lhe cabe.

É uma constatação. Quanto mais corretamente o chapéu assentar, mais indignados ficamos, Às vezes fico até corada, lendo aqui, pela maneira como me identifico em algumas mensagens.

Há alguns dias recebi uma, pedindo para dizer o que pensava do remetente, com apenas uma palavra. Respondi e, embora não costume, repassei-a aos meus contatos. Curiosidade morde, belisca. Eu sou normal. Uma pessoa respondeu com duas palavras. A primeira me deixou intrigada, a segunda, adorei.

Calculista e inteligente. Respondi: Calculista eu? Fiquei sentada, olhando aquela palavrinha me encarando, sem piscar. Em vermelho.

Sabem, acabei chegando à conclusão que aquela pessoa me conhece bem melhor do que eu pensava. Talvez tenha respondido por algo que eu tenha revelado, que não tenha nada a ver com o que eu penso realmente. Mas, me fez pensar.

No fundo, admito que sou um bocado calculista sim. Toda pessoa que mede suas atitudes, palavras e até pensamentos, é calculista. Não sou impulsiva, já fui muito. Lembro que a toda ação, corresponde uma reação proporcional e que sempre que pretendi ter a última palavra, ouvia o que não gostava.

A pessoa que me acha calculista ainda não respondeu minha pergunta, sobre a razão de pensar assim. Mas, valeu a pena. Fiz mais um pouco de auto-crítica. 20/09/06