RACIOCÍNIO DE UM ENIGMÁTICO SER

Observando as estrelas na negridão do espaço, como minúsculos pontos luminosos, minha mente vagava na imensidão escura tentando achar o fundamento daquela conjuntura.

Encontrava-me a espera de uma comitiva, com a qual mais uma vez eu seguiria para o norte de Minas. Eu chegara ao ponto de espera, ainda com o dia claro, entretanto numa comunicação telefônica eu deveria aguardar, até por volta das vinte e uma horas, quando certamente ali chegaria ela, isto é, a comitiva.

No tempo em que ali estive, assim que escureceu, pude sentar-me sobre uma pedra às margens da rodovia, e fazer muitas divagações, todas relacionadas com o espaço profundo.

A constelação do Cruzeiro do Sul, em sua perpétua ostentação, se mostrava garbosa numa inclinação de uns dez graus ao leste. Mais ao centro, a estrela Sírius, alfa da constelação do Cão Maior, irradiava seu brilho, como se fosse uma rainha entre as milhares de outras composições luminosas.

Um pouco mais ao oeste, a constelação do Órion deixava transparecer, em sua região central as conhecidas e populares Três Marias, amparadas pela constelação de Gêmeos, um tanto inclinada para o norte com suas estrelas principais: Castor e Polux traduzindo também, o mistério da perpétua criação.

Meus pensamentos ferviam de profunda investigação, do porquê, de toda aquela magnitude e infinidade de estrelas, brilhando no céu noturno! Estariam elas lá apenas para minhas divagações?

O fato é que me parecia ver milhões de diamantes irradiando a riqueza do Universo, e eu sobre o planeta terra, sentado numa pedra, reduzido aos meus pensamentos de um pobre peregrino, sem eira, nem beira!

Entretanto só de ter a capacidade de ver a quantidade de astros, e galáxias distantes parecendo nuvens dispersas, me induzia a pensar no valor dos meus olhos, compostos de uma sensibilidade,

a ponto de ver os longínquos pontos luminosos, e deles tirar alguma filosofia para registrar numa crônica de louvor a Deus!

Meus olhos e vossos olhos, caros leitores, no fundo dos quais se encontra o ser de cada um de nós!

São dois pontos a ponderar: Os olhos e as estrelas, equivalentes à visão e à luz! Qual a razão deles existirem?

Certamente há um princípio de*introversão entre eles, pois os olhos sem a luz, não teria valor, assim como sem valor seria a luz sem os olhos para sua visão! É de se parar para pensar!

São dois valores carimbados para a definição da existência; valores criados com o maior raciocínio – Raciocínio de um enigmático Criador! Vamos aguardar o desfecho! Essa *introversão haverá de

mostrar sua realidade! Aguardemos...