Labrador Retriever

Garbosa e confiante ela saiu do metrô e ganhou a avenida.

Estava bem vestida, como quem se dirige ao trabalho.

Tive vontade de conversar, mas minha timidez me impediu. Contentei-me em observar e admirar sua tranquilidade.

Parei para vê-la passar.

Lá ia ela, segurando a guia de seu lindo, belo, forte e calmo labrador.

Os dois caminhavam solenemente. Na primeira esquina pararam, juntos a inúmeras pessoas que esperavam o semáforo abrir.

Fiquei observando a certa distância. Tão logo o farol abriu, todos atravessaram.

Na esquina seguinte parei ao lado deles esperando o farol abrir. Ela quieta e o labrador amorosamente encostava-se em suas pernas.

Quando o semáforo abriu, pela movimentação das pessoas, ela perguntou se estava verde. A uma resposta positiva, atravessou a rua.

Minha indagação é: Se não houvesse ninguém próximo, por quanto tempo eles ficariam ali parados?

Não poderia ser colocado algum aviso sonoro nos semáforos para orientação dos deficientes visuais?

O cachorro é bem treinado, amoroso, cumpre bem sua missão, mas é uma pena que ainda não saiba falar.

Antonio Fernando Ribeiro
Enviado por Antonio Fernando Ribeiro em 01/05/2011
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