AUSÊNCIA

Da janela do meu apartamento vejo! O que vejo?
O céu cinzento como bronze, casas, árvores verdes, ruas e gente, pouca gente!
O que mais vejo? Vejo um homem! Sim, e o que mais, vejo um homem!
Como assim um homem?

Um homem sozinho, que não sente a solidão,
Um homem rodeado de gente, que se sente só, um homem triste,
Com grande sorriso, e ainda espalhando alegria e esperança,
Para seres com menos problemas que ele, para seres, com mais problemas que ele.

Se ouvir-lhe, certamente será uma palavra de conforto, de ânimo, de coragem,
Se olhares em seus olhos verá um homem,
Um “poderoso” homem, vindo de uma batalha, entrando numa guerra,
Afinal o que é guerra para ele? É a vida dele! É a própria existência dele!

Homem de dores, de luta, de lágrimas, de derrotas e vitórias
De coragem e medo! Não sonha, mas, têm o maior de todos os sonhos,
Não acredita, mas confia, senti como um vivo, mas, acha que já está morto.

Ali está o homem, na janela do seu apartamento,
Não vê nada, somente o invisível! Não senti nada, somente o abstrato,
Acha que não é ninguém, mas, centenas o admiram!

Ali está o homem! Sozinho, sombrio, dormindo, sonhando,
Vivendo, morrendo, amando, temendo,
É prisioneiro livre, é homem, é “servo”, é senhor! É ninguém!
Cadê o homem da janela? ELE NUNCA ESTÁ LÁ!